Notícia Impasse na UE ameaça plano de banir carros a combustão e pressiona montadoras

A indústria automotiva europeia vê diminuir as chances de um acordo rápido para flexibilizar as rígidas metas de emissões da União Europeia. O setor, que esperava uma definição ainda em dezembro sobre o relaxamento dos limites de CO2 e o futuro do banimento dos motores a combustão previsto para 2035, lida agora com a provável postergação do debate para o ano que vem.

O pessimismo decorre da falta de consenso político. Representantes das montadoras aguardavam um convite para dialogar antes do anúncio oficial do “Pacote Automotivo”, agendado inicialmente para o dia 10 de dezembro. No entanto, foram alertados de que a falta de alinhamento entre as potências do bloco deve travar a agenda.

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O impasse expõe a fissura entre Alemanha e França: enquanto Berlim pressiona por flexibilizações para proteger sua indústria, o governo francês, enfraquecido por um parlamento fragmentado, teme que ceder às montadoras aliene o apoio de partidos verdes e de esquerda.

Do lado das empresas, o tom é de urgência. John Elkann, presidente da Stellantis, afirmou na última terça-feira (25) que, embora a eletrificação seja o caminho, o mercado atual não comporta uma transição forçada. A Porsche, por sua vez, já reduziu investimentos em elétricos diante da baixa demanda por modelos como o Taycan.

Os números corroboram a cautela dos executivos. Enquanto a venda de elétricos puros perde tração, os híbridos plug-in cresceram cerca de 40% na Europa em outubro, indicando a preferência do consumidor por uma tecnologia de transição.

Anna-Kaisa Itkonen, porta-voz da Comissão Europeia, tentou minimizar o atraso, afirmando que os preparativos seguem e que o bloco busca concluir a revisão “o mais rápido possível”. Para as montadoras — pressionadas pela concorrência chinesa da BYD e por altos custos de energia —, a demora significa manter investimentos bilionários em suspenso, sem saber se as multas por emissões serão ou não aplicadas já no próximo ano.

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