Notícia Por que o presidente da Ford dirige um carro da Xiaomi nos Estados Unidos?

Para compreender a ascensão meteórica da indústria chinesa, o CEO da Ford, Jim Farley, decidiu abandonar as planilhas e partir para a experiência empírica. Em entrevista ao jornal argentino La Nación, o executivo revelou que importou modelos elétricos da China para os Estados Unidos e que tem utilizado um Xiaomi SU7 em seus deslocamentos diários por lá;

A experiência ao volante do sedã da gigante de tecnologia — que Farley compara a um Porsche Taycan — serviu para reforçar um diagnóstico duro sobre a indústria ocidental. Segundo ele, a Xiaomi deve ser encarada como a “Apple da China”, não apenas pelo design, mas pela capacidade de criar um ecossistema conectado que as montadoras tradicionais ainda lutam para desenvolver.

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Xiaomi SU7

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O executivo destaca que o choque de realidade na Ford ocorreu com a chegada de Doug Field, ex-vice-presidente de engenharia da Tesla e ex-Apple. Ao analisar a infraestrutura técnica da montadora, Field constatou que a arquitetura elétrica da Ford estava “25 anos atrasada” em comparação ao que as empresas de tecnologia estavam implementando nos novos veículos elétricos.

“Você entra no carro com o seu celular e não precisa pareá-lo, porque ele te identifica automaticamente e puxa todo o seu conteúdo. Tem reconhecimento facial, um assistente de inteligência artificial e pode acelerar de 0 a 100 km/h em três segundos com o toque de um botão”, detalhou Farley sobre o Xiaomi SU7.

A decisão de trazer os carros para a sede da empresa e estudá-los “na pureza”, sem preconceitos, é descrita por Farley como uma medida de sobrevivência. Ele relembra que, no passado, as montadoras de Detroit subestimaram a chegada dos japoneses (como Toyota e Honda) e, posteriormente, dos coreanos (Hyundai e Kia). Ao respeitar a tecnologia chinesa agora, a Ford tenta evitar repetir o erro histórico de ignorar competidores que já operam em um nível tecnológico superior.

Para o CEO, a venda de carros elétricos deixou de ser apenas sobre motorização e passou a ser uma batalha de software e serviços digitais, área onde a Xiaomi, nativa do setor de smartphones, possui ampla vantagem.

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