O ator brasileiro Wagner Moura foi indicado ao premio de Melhor Ator no Globo de Ouro por sua performance em O Agente Secreto e está cotado para o Oscar. O baiano ficou famoso internacionalmente após protagonizar Tropa de Elite, que foi premiado como Melhor Filme no Festival de Berlin e no de Lisboa em 2008.
Uma cena icônica de Tropa de Elite é a discussão entre o soldado Paulo e o cabo Tião discutem se um Santana tem ou não carburador. O trecho com menos de 1 minuto de duração virou meme, até mesmo pessoas que não são entusiastas de automóveis citam esse trecho.
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Mas, afina, o Volkswagen Santana de Tropa de Elite tem ou não tem carburador? Quem está certo, o soldado Paulo ou o cabo Tião? Vamos investigar essa briga.
O Volkswagen Santana foi apresentado no Brasil em novembro de 1983 e chegou ao mercado em julho de 1984. Apesar de na Europa ele ser o sedã do Passat de segunda geração, a marca manteve a primeira em linha como carro médio e o novo três volumes virou o carro de luxo.
O timing foi oportuno, carros grandes com motor V8, como o Dodge Dart e o Ford Landau, saíram de cena e o Opala passou a ser a “banheira” de nosso mercado. Ao mesmo tempo, o moderno Monza conquistava a classe média por oferecer conforto e bom desempenho com apenas quatro cilindros. Devido a situação do país, ele chegou a ser o carro mais vendido por três anos.
O sedã chegou ao Brasil apenas com motor AP carburado (Foto: Volkswagen | Divulgação)
A primeira geração teve injeção apenas no final da carreira, na edição limitada Executivo (Foto: Volkswagen | Divulgação)
O Santana chegou mirando no Monza, nas carrocerias de duas ou quatro portas. Mais tarde viria a perua Quantum, sem rivais diretos por ser a única com quatro portas.
Sob o capô estava o motor 1.8 AP, sempre com carburador, o 2.0 apareceu na linha 1988. A injeção eletrônica só apareceu na primeira geração do Santana em fevereiro de 1990 com o modelo Executivo.
Ele era uma versão de luxo, com rodas BBS, spoiler, bancos Recaro revesitdo em couro e volante esportivo. Ele era o carro mais caro produzido no Brasil e foi produzido em tiragem limitada de 4 mil unidades.
A nova geração trazia injeção multiponto apenas no topo de linha GLS, em 93 veio a monoponto para os modelos mais simples (Foto: Volkswagen | Divulgação)
O carro do filme aparenta ser pós 1995, como esse (Foto: Volkswagen | Divulgação)
Em 1991 veio a segunda geração do Santana, que nada mais era que uma reestilização bem profunda na dianteira, traseira e interior. A parte central, era a mesma da primeira, possível notar pelas portas e na presença do anacrônico quebra-vento.
Nessa mudança o modelo topo de linha GLS 2.0 passou a vir sempre com injeção eletrônica multiponto Bosch. Os modelos mais simples, seja 1.8 ou 2.0, traziam carburador.
Na linha 1993 a Volkswagen passou a usar a injeção monoponto FIC Ford nesses modelos abaixo do GLS. Só na linha 1997 que a multiponto passou a ser padrão em toda a linha, uma melhoria tardia quando comparado com os rivais Chevrolet Vectra e Fiat Tempra. Sem contar com os importados.
A discussão começa com o cabo Tião pedindo por um carburador (Foto: Universal Pictures | Reprodução)
Em teoria, o carro do filme deveria ter injeção sim, por ter os para-choques com pintura integral (Foto: Universal Pictures | Reprodução)
Mas algum policial corrupto vendeu o motor novo da viatura e colocou um antigo carburado no lugar (Foto: Universal Pictures | Reprodução)
O filme Tropa de Elite se passa em 1997, ano onde toda a linha Santana recebeu injeção multiponto. Porém é pouco provável que a viatura parada na oficina da delegacia seja tão nova.
O que é certo é sobre o carro ser da segunda geração. Na cena não é mostrado em um plano mais aberto para podermos notar detalhes como a grade nova da linha 1995, apenas a pintura integral dos para-choques que veio nesse ano.
Com base nisso e na fala do soldado Paulo, que comenta sobre o Santana ser mais novo, podemos concluir que ele tem injeção eletrônica sim. Com maiores chances de ser a monoponto FIC Ford, já que a multiponto era apenas na versão topo de linha.
Mas a viatura em questão teve o motor trocado por um de “Belina velha”. Provavelmente um 1.8 AP, que já foi usado pela perua da Ford e também pelo Santana, cabe no cofre sem adaptações.
A conclusão que chegamos é: o Santana do filme tem carburador sim, mas saiu de fábrica com injeção monoponto e teve o motor trocado. O soldado Paulo estava certo.
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Uma cena icônica de Tropa de Elite é a discussão entre o soldado Paulo e o cabo Tião discutem se um Santana tem ou não carburador. O trecho com menos de 1 minuto de duração virou meme, até mesmo pessoas que não são entusiastas de automóveis citam esse trecho.
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Mas, afina, o Volkswagen Santana de Tropa de Elite tem ou não tem carburador? Quem está certo, o soldado Paulo ou o cabo Tião? Vamos investigar essa briga.
A injeção eletrônica começou como luxo no Santana
O Volkswagen Santana foi apresentado no Brasil em novembro de 1983 e chegou ao mercado em julho de 1984. Apesar de na Europa ele ser o sedã do Passat de segunda geração, a marca manteve a primeira em linha como carro médio e o novo três volumes virou o carro de luxo.
O timing foi oportuno, carros grandes com motor V8, como o Dodge Dart e o Ford Landau, saíram de cena e o Opala passou a ser a “banheira” de nosso mercado. Ao mesmo tempo, o moderno Monza conquistava a classe média por oferecer conforto e bom desempenho com apenas quatro cilindros. Devido a situação do país, ele chegou a ser o carro mais vendido por três anos.
O sedã chegou ao Brasil apenas com motor AP carburado (Foto: Volkswagen | Divulgação)
A primeira geração teve injeção apenas no final da carreira, na edição limitada Executivo (Foto: Volkswagen | Divulgação)
O Santana chegou mirando no Monza, nas carrocerias de duas ou quatro portas. Mais tarde viria a perua Quantum, sem rivais diretos por ser a única com quatro portas.
Sob o capô estava o motor 1.8 AP, sempre com carburador, o 2.0 apareceu na linha 1988. A injeção eletrônica só apareceu na primeira geração do Santana em fevereiro de 1990 com o modelo Executivo.
Ele era uma versão de luxo, com rodas BBS, spoiler, bancos Recaro revesitdo em couro e volante esportivo. Ele era o carro mais caro produzido no Brasil e foi produzido em tiragem limitada de 4 mil unidades.
O fim do carburador no Santana
A nova geração trazia injeção multiponto apenas no topo de linha GLS, em 93 veio a monoponto para os modelos mais simples (Foto: Volkswagen | Divulgação)
O carro do filme aparenta ser pós 1995, como esse (Foto: Volkswagen | Divulgação)
Em 1991 veio a segunda geração do Santana, que nada mais era que uma reestilização bem profunda na dianteira, traseira e interior. A parte central, era a mesma da primeira, possível notar pelas portas e na presença do anacrônico quebra-vento.
Nessa mudança o modelo topo de linha GLS 2.0 passou a vir sempre com injeção eletrônica multiponto Bosch. Os modelos mais simples, seja 1.8 ou 2.0, traziam carburador.
Na linha 1993 a Volkswagen passou a usar a injeção monoponto FIC Ford nesses modelos abaixo do GLS. Só na linha 1997 que a multiponto passou a ser padrão em toda a linha, uma melhoria tardia quando comparado com os rivais Chevrolet Vectra e Fiat Tempra. Sem contar com os importados.
E o Santana de Tropa de Elite?
A discussão começa com o cabo Tião pedindo por um carburador (Foto: Universal Pictures | Reprodução)
Em teoria, o carro do filme deveria ter injeção sim, por ter os para-choques com pintura integral (Foto: Universal Pictures | Reprodução)
Mas algum policial corrupto vendeu o motor novo da viatura e colocou um antigo carburado no lugar (Foto: Universal Pictures | Reprodução)
O filme Tropa de Elite se passa em 1997, ano onde toda a linha Santana recebeu injeção multiponto. Porém é pouco provável que a viatura parada na oficina da delegacia seja tão nova.
O que é certo é sobre o carro ser da segunda geração. Na cena não é mostrado em um plano mais aberto para podermos notar detalhes como a grade nova da linha 1995, apenas a pintura integral dos para-choques que veio nesse ano.
Com base nisso e na fala do soldado Paulo, que comenta sobre o Santana ser mais novo, podemos concluir que ele tem injeção eletrônica sim. Com maiores chances de ser a monoponto FIC Ford, já que a multiponto era apenas na versão topo de linha.
Mas a viatura em questão teve o motor trocado por um de “Belina velha”. Provavelmente um 1.8 AP, que já foi usado pela perua da Ford e também pelo Santana, cabe no cofre sem adaptações.
A conclusão que chegamos é: o Santana do filme tem carburador sim, mas saiu de fábrica com injeção monoponto e teve o motor trocado. O soldado Paulo estava certo.
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