Notícia Carro usado: Chevrolet Captiva 2010 é boa escolha?

Nos anos 2000 e começo dos 2010, o mercado de SUVs médios ainda mantinha uma roda ali no imaginário do fora de estrada. Modelos como o Chevrolet Captiva, por exemplo, já entregavam o conforto de carro de passeio, mas sem abrir mão de algumas capacidades mais off-road.

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Era um segmento, inclusive, meio que dominado por marcas japonesas e que garantiam margens interessantes para as fabricantes, apesar da logística e custos de importação. O que fez a General Motors enxergar um bom filão.

CHEVROLET CAPTIVA 2010 PRATA EM MOVIMENTO

Chevrolet Captiva chegou numa época em que as marcas instaladas não tinham muitas opções de SUVs com produção local

O Chevrolet Captiva surgiu justamente para tentar abocanhar um pedaço deste segmento com bom custo-benefício, a força da rede e um SUV confortável.

Hoje o modelo voltou totalmente diferente, elétrico e em vias de ser montado no Ceará. Mas vamos focar em 10 fatos sobre o Chevrolet Captiva 2010, uma opção de carro usado espaçoso e robusto.

Trajetória do Chevrolet Captiva


O Chevrolet Captiva foi lançado no Brasil em agosto de 2008. Importado do México, começou apenas com o motor 3.5 V6 e opção de tração integral, e no ano seguinte estreou uma variante de entrada com propulsor 2.4 quatro cilindros.

A linha 2010 do Chevrolet Captiva trouxe alguns equipamentos, novas rodas e o sobrenome Sport para as três opções. Em 2011, a GM trocou o motor 3.6 por outro V6, só que 3.0 e mais potente, enquanto o 2.4 foi recalibrado e também teve a potência elevada.

Captiva Sport V6

Captiva Sport V6 ganhou novo motor V6 de 3.0 litros que entregava muita performance, mas cobrava alto na bomba de combustível

Em 2012, mais novidades no SUV médio. A opção de entrada passou a ter ar-condicionado automático e a topo de linha estreou teto solar. Um ano depois, o Chevrolet Captiva passou a ser oferecido apenas com motor quatro cilindros e perdurou assim até 2017, quando deixou de ser importado e foi substituído pelo Equinox.

De olho nos japas


Como dito, a categoria de SUVs médios era meio que dominada pelas fabricantes japonesas: Toyota com o RAV4, Mitsubishi, com o Outlander, e especialmente a Honda, com o CR-V.

Principalmente por causa da estratégia da Honda. Na segunda metade da década de 2000, a montadora deixou de trazer o CR-V do Japão e passou a importar o utilitário esportivo do México, país com o qual o Brasil tem até hoje acordo bilateral no setor automotivo.

CHEVROLET CAPTIVA 2010 BRANCA TRASEIRA LATERAL

Com números de vendas na casa das 1 mil unidades mensais, modelo teve boa aceitação do mercado

Com custo benefício melhor, o CR-V passou a vender bem mais que seus rivais diretos. A General Motors viu no Captiva a oportunidade de fazer o mesmo, já que o SUV também era fabricado no México e inclusive atuou com preços mais em conta que o rival da Honda.

Além disso, o modelo da GM tinha um trunfo que os adversários japoneses não tinham: uma rede de concessionárias da Chevrolet com mais de 550 lojas.

Vendas


Desta forma, o Chevrolet Captiva começou forte no segmento. Logo no primeiro ano cheio de vendas, 2009, superou o CR-V. Foram mais de 13 mil unidades do exemplar da GM contra pouco mais de 11 mil, do Honda.

Mas ficou por aí. A partir de 2010 e nos anos seguintes, o CR-V abriu boa vantagem sobre o Chevrolet Captiva. As vendas do SUV – e mesmo da categoria – minguaram, até com a chegada de rivais como o Fiat Freemont e seus 7 lugares. E de SUVs menores, mas com preços competitivos, como Hyundai Tucson e ix35 e Kia Sportage.

Confira as vendas ano a ano, segundo dados do Renavam.

2009

  • CHEVROLET CAPTIVA 13.584
  • HONDA CR-V 11.231

2010

  • HONDA CR-V 18.751
  • CHEVROLET CAPTIVA 13.505

2011

  • HONDA CR-V 16.280
  • CHEVROLET CAPTIVA 12.728

2012

  • HONDA CR-V 14.890
  • FIAT FREEMONT 11.330
  • CHEVROLET CAPTIVA 9.907

2013

  • HONDA CR-V 8.272
  • FIAT FREEMONT 3.873
  • CHEVROLET CAPTIVA 2.512

Desempenho do Chevrolet Captiva 2010


Vamos focar no Chevrolet Captiva 2010 na versão 2.4, que tem manutenção mais simples e até certa facilidade para achar peças. O propulsor da família Ecotec com quatro cilindros e 16V bebe gasolina e gera 171 cv.

O motor é competente para movimentar o SUV, mas não faz milagres perante os mais de 1.600 kg do Captiva. Especialmente no começo das arrancadas. Segundo a GM, o 0 a 100 km/h é feito em 11,3 segundos.

Depois, o Chevrolet Captiva embala e atinge boa velocidade de cruzeiro na estrada. O câmbio automático de seis velocidades trabalha bem, mas demora a entender qual marcha engatar nas retomadas.

Em 2011, esse motor teve a potência aumentada para 185 cv, o que o deixou discretamente mais esperto nas arrancadas, com 0 a 100 km/h abaixo dos 11 segundos.

Chevrolet Captiva é um SUV robusto


Apesar de a tração integral estar disponível apenas na versão V6, até o Chevrolet Captiva 2.4 permite encarar a buraqueira e trechos de terra – sem radicalismos. Muito beneficiado pelo vão livre do solo de 20 cm.

No 2.4, o ângulo de ataque é de 18,7 graus. O ângulo de saída, por sua vez, é de 22,7 graus.

Espaço e conforto


Sem dúvida o principal atributo do Chevrolet Captiva. Com 4,57 metros de comprimento, 2,08 m de largura e 2,70 m de entre-eixos, o SUV recebe bem cinco ocupantes adultos com espaço suficiente para pernas e joelhos.

Na frente, o motorista tem posição alta e funcional de dirigir. O acabamento usa bastante plástico, porém com boa qualidade, design elaborado e fechamentos corretos.

CHEVROLET CAPTIVA 2010 INTERIOR PAINEL QUADRO INSTRUMENTOS

Captiva trazia boa qualidade de acabamento e padrão elevado de conteúdos (para a época)

O isolamento acústico não é tão eficiente. A suspensão compensa (independente nas quatro rodas), com calibragem que absorve bem as irregularidades da pista e que contribui para o equilíbrio nas curvas.

Não se anime com o porta-malas. São 383 litros, pouco maior que o de um Volkswagen T-Cross.

Nossa dica


A sugestão é justamente o Captiva 2010 com motor 2.4. Perde em desempenho e em alguns detalhes mais bacanas (como cromados e maçanetas na cor do veículo) em relação ao V6, mas é mais fácil de manter.

Entre os itens de segurança, seis airbags, controles eletrônicos de estabilidade e tração, retrovisor eletrocrômico, freio a disco nas quatro rodas e monitoramento da pressão dos pneus. Deve um sensor de ré, ainda mais pelas dimensões.

CHEVROLET CAPTIVA 2010 PRATA FRENTE E LATERAL

Apesar de menos chamativo, a versão com motor 2.4 pesa menos no bolso

No mais, ar-condicionado, trio elétrico, controle de cruzeiro, capô sustentado por amortecedores, volante com ajustes de altura, sensor de luminosidade, entre outros. O som original tem Bluetooth e tomada USB.

Retrovisores com aquecimento, regulagem elétrica do banco do motorista, revestimento de couro e ar-condicionado automático eram opcionais no Chevrolet Captiva 2010 Sport 2.4.

Na KBB Brasil, o Chevrolet Captiva 2010 com motor 2.4 tem preço médio de revendedor de R$ 40.131 (valor apurado na primeira semana de dezembro de 2025).

Manutenção


As peças do Chevrolet Captiva não são baratas. Confira alguns valores.

  • Jogo com quatro pastilhas do freio dianteiro: de R$ 270 a R$ 360
  • Jogo com quatro velas de ignição: de R$ 200 a R$ 410
  • Bomba de combustível: de R$ 230 a R$ 450
  • Kit troca de óleo (5 litros 5W30 + filtro): de R$ 240 a R$ 370
  • Amortecedor traseiro: de R$ 610 a R$ 800 (par)
  • Para-choque traseiro: de R$ 700 a R$ 1.000
  • Farol direito: de R$ 900 a R$ 1.300

Principais problemas


Sempre importante frisar que, no caso do V6, o Chevrolet Captiva tem um problema crônico no câmbio, fonte de dor de cabeça para muitos donos do SUV.

Em fóruns de discussão e no Reclame Aqui há muitos relatos de formação de borra no reservatório do fluido da direção hidráulica e desgaste prematuro dos discos do freio. Observe ruídos estranhos vindos da suspensão.

Recalls do Chevrolet Captiva

  • substituição do módulo eletrônico do chassi em SUVs feitos de 2010 a 2016
  • troca do resfriador do fluido da direção hidráulica de unidades produzidas em 2011

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