Notícia Chefão da BMW diz que fazer só carro elétrico é “beco sem saída”

Nos últimos anos, os carros elétricos foram uma tendência que causou grandes mudanças no mercado automotivo mundial com um maior investimento na eletrificação. No entanto, a realidade de muitos países e consumidores está batendo na porta das montadoras e mostrando que algumas, como a BMW, foram espertas ao ter cautela.

A marca alemã já foi até criticada no passado por ser lenta demais para desenvolver veículos elétricos atraentes e também foi uma das poucas grandes montadoras que não se comprometeu com uma data definida para vender apenas veículos elétricos (EVs). Mas, agora o jogo virou, pois passado o frisson pelos veículos elétricos, está evidente que a grande maioria dos países não possui infraestrutura para atender uma grande frota de carros elétricos.

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Isso se deve a uma série de desafios, como a situação da estrutura pública de carregamento, ou em muitos casos a falta dela, custos de manutenção mais altos, falta de mão de obra especializada, autonomia ainda insuficiente para longas viagens, entre outras. Dessa forma, muitas pessoas, inclusive proprietários de EVs, estão rejeitando a ideia de ter um carro elétrico e optando por híbridos, ou até mesmo veículos a combustão

Por isso, inúmeras marcas que prometeram vender apenas elétricos em um futuro próximo estão voltando atrás. Já montadoras como a BMW que foram mais ponderadas não tiveram esse problema.

A empresa alemã acredita que uma ampla gama de tecnologias de propulsão é necessária e, durante sua reunião anual que aconteceu na semana passada, o presidente da BMW, Oliver Zipse, reforçou essa abordagem. De acordo com o executivo, a BMW continuará a fabricar e vender veículos a gasolina, diesel, híbridos e também a hidrogênio, além da série de novos veículos elétricos que já está em desenvolvimento.

Zipse afirmou:

“Levamos a sério objetivos políticos ambiciosos, mas não acreditamos em regulamentações tecnicamente unilaterais que limitem a oferta. O mesmo princípio se aplica à economia circular. Aqui, também, somente uma abordagem abrangente pode viabilizar e estimular o investimento. Porque, como tecnologia independente, a mobilidade elétrica leva a um beco sem saída – isso agora está claro. As diferenças são simplesmente enormes, mesmo dentro da Europa.”

O presidente da BMW ainda usou como exemplos a Bélgica e a Itália. Na Bélgica, incentivos generosos fizeram com que veículos elétricos e híbridos alcançassem uma participação de mercado superior a 60% no ano passado. Já na Itália eles representaram apenas 4% das vendas. Ele acrescentou que a questão mais importante é como reduzir efetivamente as emissões de CO2, e que a resposta não é “pensar em preto e branco”.

Demanda por carros elétricos eletrificados da BMW está aumentando


Mesmo com um certo recuo em relação à eletrificação no geral, a demanda por modelos eletrificados da BMW está aumentando . No primeiro trimestre, esse tipo de veículo representou mais de 25% de todos os carros novos vendidos, enquanto quase um quinto deles eram totalmente elétricos.

A marca entendeu que quem busca por veículos eficientes para uso no dia a dia aceita melhor a opção do modelo elétrico, enquanto quem é entusiasta de automóveis e gosta de performance normalmente é muito resistente à eletrificação, ainda mais quando o veículo é totalmente elétrico .

Por isso, adotando essa estratégia mais equilibrada, ideia principal da marca é manter seus principais clientes e, ao mesmo tempo, atrair novos interessados em veículos elétricos e oferecer opções que agradem a ambos. Além disso, em 2028, a BMW lançará seu primeiro veículo de produção movido a hidrogênio com a ajuda da Toyota.

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