Texto: Marcos Camargo
O segmento de SUVs médios vive uma transformação acelerada com a chegada de híbridos e elétricos, mas ainda há espaço para modelos tradicionais que entregam boa relação entre preço, equipamentos e desempenho. Entre eles está o Mitsubishi Eclipse Cross, lançado em 2019 e que, mesmo sem mudanças profundas, segue competitivo diante de rivais mais modernos. A revista Carro avaliou a versão HPE-S, topo de linha, que hoje ocupa um lugar singular no mercado: é o SUV 4×4 mais barato do país, com preço sugerido de R$ 225,9 mil.
Embora esteja há seis anos no mercado brasileiro, o Eclipse Cross ainda apresenta um conjunto estético equilibrado. A dianteira com o conceito Dynamic Shield mantém a identidade da marca, destacando faróis full LED e grandes auxiliares inspirados no Outlander PHEV. O perfil elevado reforça o apelo aventureiro, enquanto a traseira — agora sem o antigo aerofólio dividido — traz um ar mais limpo e esportivo.
Linha 2026: pequenas evoluções mas pacote “completo”
As mudanças para 2026 são discretas, mas relevantes no uso diário. O SUV ganhou novas rodas e uma central multimídia de 12 polegadas com conexão sem fio para Apple CarPlay e Android Auto, além de navegação offline. A versão HPE-S passa a oferecer abertura e fechamento elétrico do porta-malas e inclui novos itens do pacote de segurança: monitoramento de ponto cego, alerta de tráfego cruzado, frenagem autônoma de emergência e freio de estacionamento eletrônico com Auto Hold.
Mesmo com o “peso da idade”, o Eclipse Cross entrega um conjunto sólido. O porta-malas de 473 litros é um dos destaques da categoria. Há sete airbags, ajustes elétricos e aquecimento dos bancos dianteiros, teto solar panorâmico com duas aberturas independentes, ar-condicionado digital dual-zone, carregador por indução e portas USB do tipo A e C.
Debaixo do capô segue o motor 1.5 turbo MIVEC a gasolina, com 165 cv e 25,5 kgfm de torque, acoplado ao câmbio CVT com simulação de oito marchas. O grande diferencial está na tração integral S-AWC, solução que entrega mais segurança e estabilidade em pisos variados — e que coloca a versão HPE-S como a opção 4×4 mais acessível entre os SUVs médios vendidos no Brasil.
Avaliação
Em que pese os longos anos de estrada ao termos contato com o Eclipse Cross é possível até mesmo pensar que se trata de um veículo novo. As linhas renovadas com o perfil “Dynamic Shield” de grade hexagonal cortada pela linha de faróis em LED e detalhes angulosos seguem atuais. E no teste da Carro rodamos em mais de 400km de estrada e outros 300 na cidade de São Paulo incluindo na viagem 35km de terra durante o Rally de Regularidade da Mitsubishi Cup.
Mesmo devendo pacote ADAS, forrações e painéis mais modernos, o Eclipse Cross se esforça com dignidade para agradar. Partida por botão, freio eletrônico de estacionamento, multimídia de 12 polegadas, ele tem quase tudo. O motor 1.5 turbo a gasolina é confiável tem boa potência final, bom torque mas escorrega no câmbio CVT que é bem moroso. Não se pode esperar muito da aceleração mas em velocidade constante ele entrega silêncio, conforto e até relativa economia com consumo que chegou a 11,5km/l.
O painel é quase todo analógico mas é completo com computador de bordo, marcador de temperatura e outros comandos. Mas isso não é um problema se o comprador não ligar para telas e comandos táteis modernos. O Eclipse Cross é um SUV muito bem feito, com bons encaixes, superfície suave ao toque nas portas e nas forrações. Como bom carro de origem japonesa, tem encaixes bem feitos e superfície plástica que parece muito com os modelos Honda de boa sobriedade.
O consumo ao longo do teste ficou em 9km/l na cidade e 11,5km/l na estrada o que é razoável lembrando que o motor 1.5 turbo é apenas gasolina e não flex. Para clientes que optam pelo caminho da robustez, durabilidade mas sem exceder muito no orçamento o Eclipse Cross ainda rende uma boa escolha no segmento.
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