Notícia Motor turbo: saiba como evitar problemas e prejuízos

Os motores turbo já são uma fatia grande do mercado de carros novos no Brasil. Muitos consumidores até preferem essa configuração, torcendo o nariz para os aspirados. No passado eles exigiam cuidados especiais na hora da manutenção, a tecnologia mudou isso? É o que vamos responder aqui.

Um motor turbinado de fábrica já foi projetado para ter uma durabilidade similar a de um aspirado, com a vida útil dentro dos parâmetros do fabricante. É diferente de um motor preparado, que exige mais atenção.

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Ainda assim, é bom que o motorista tome alguns cuidados básicos para que seu motor tenha vida longa e sem problemas. São ações preventivas para garantir a tranquilidade e evitar as visitas à oficina fora de hora.

É preciso ser mais criterioso

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A manutenção preventiva tem que ser criteriosa (Foto: Shutterstock)

Os motores modernos em geral são montados com maior precisão, o que resulta e menor tolerância para desleixos. Usar fluídos e peças fora da especificação original acabam sendo economias porcas.

Com o motor turbo isso é amplificado, eles costumam ser mais sensíveis a negligências do proprietário. Ou seja, é melhor seguir o plano de manutenção à risca e ficar atento ao uso, se é severo ou não.

O AutoPapo consultou Ludovico Ballesteros, mecânico experiente e proprietário da Pitucha Centro Automotivo, para saber quais cuidados adicionais o proprietário precisa ter.

Segundo o especialista, é preciso usar sempre o óleo correto e trocar dentro do prazo recomendado, nada de adiar o serviço. O mesmo vale para o filtro de ar, é importante ter ele sempre limpo, já que esse ar passa pela turbina.

Ludovico também recomenda tomar cuidado na hora de trocar as velas. É necessário usar a especificação correta e também monitorar o estado delas.

Por fim, ele diz para usar combustível de qualidade. Em outros países os motores turbo exigem gasolina de alta octanagem. A comum do Brasil possui essa característica, porém muitos postos batizam ela.

Motor turbo gasta mais óleo sim

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O consumo de óleo é maior, mas precisa estar dentro do que é considerado como normal no manual (Foto: Jeep | Divulgação)

O motor 1.3 turbo da Stellantis, que equipa os modelos nacionais da Jeep, a Fiat Toro e a linha Abarth virou alvo de críticas na internet devido ao consumo de óleo. As primeiras unidades realmente baixavam o lubrificante mais rápido que o normal, mas isso já foi corrigido pela empresa. Só que a fama ficou.

O consumo de óleo em motores turbo é maior sim, Ludovico comenta o seguinte sobre isso:

É normal consumir um pouquinho mais, por isso é bom estar sempre verificando o nível. É normal ele consumir mais por causa da rotação e da temperatura.

No manual do carro vem a informação de quanto ele consome do óleo a cada 1.000 km em uso normal. Se o volume que baixa na vareta estiver dentro dessa tolerância, está tudo certo com o motor.

Devido a esse comportamento, é importante verificar com maior frequência o nível do óleo. O procedimento é simples e deve ser feito com o motor frio, de preferência antes da primeira partida do dia.

Basta abrir o capô, puxar a vareta, limpar a ponta com um pedaço de papel ou pano que não solte fiapos, inseri-la novamente até o fundo e puxar novamente. Na vareta existe uma marcação de nível mínimo e máximo, o óleo precisa estar entre esses limites. Se estiver abaixo, complete o reservatório com um pouco do lubrificante com a mesma especificação do que já está em uso.

Pode usar etanol em motor turbo com injeção direta?

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Sendo turbo ou não, a injeção direta ainda possui uma alergia ao álcool (Foto: Fiat | Divulgação)

A maioria dos motores turbo flex vendidos no Brasil hoje contam com injeção direta. As únicas exceções são o 1.0 turbo do Chevrolet Onix e o 1.5 turbo da Caoa Chery, que ainda usam injeção multiponto no duto de admissão.

Mesmo sendo flex, esses carros podem ser sensíveis ao etanol. O ponto fraco são os bicos injetores. Segundo o engenheiro mecânico Renato Passos, esse combustível pode ressecar a peça em uso prolongado, além de gerar um tipo de goma.

Os fabricantes recomendam usar um tanque de gasolina a cada 10 mil km rodados com etanol em carros com injeção direta. Ela lubrifica os bicos e pode soltar essa goma.

Se o combustível vegetal for mais vantajoso em sua região, vale a pena alternar entre os combustíveis para garantir a longevidade. Os danos causados pelo uso prolongado do etanol em um motor turbo saem mais caro que em um aspirado.

Ainda precisa esperar antes de desligar o motor?

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Nos antigos motores turbinados era preciso esperar na hora de desligar, a eletrônica agora cuida disso (Foto: Chevrolet | Divulgação)

Quem já dirigiu um veículo turbodiesel antigo ou teve carro preparado se lembra que era preciso ficar um minuto com o motor em marcha lenta antes de desligá-lo. Isso era feito para esfriar o motor e evitar desgastes prematuros.

Nos motores atuais não é preciso mais ter esse cuidado, o próprio gerenciamento eletrônico cuida disso. Eles deixam o sistema de arrefecimento e a lubrificação funcionando por um tempo se for preciso.

Por isso, não se assuste se você desligar o carro e a ventoinha continuar armada por um minuto. Esse é um dos segredos para os carros turbinados atuais terem a durabilidade de um aspirado.

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