No meio dos entusiastas existe a expressão “sleeper”, para definir carros com bom desempenho e que não chamam a atenção. Infelizmente não existe uma versão brasileira desse termo, o lado positivo é que tivemos (e temos) carros com essa características em nosso mercado.
Versões esportivas de fato costumam trazer decoração diferenciada e outras mudanças fora o motor mais forte, como um acerto de suspensão mais firme, câmbio com relações curtas e escapamento mais barulhento. Os carros que selecionamos aqui não chamam tanta atenção, eles andam como esportivo mas para quem vê parece um modelo comum.
VEJA TAMBÉM:
A versão Overland tem apelo mais luxuoso, apenas as saídas de escape dão as pistas do motor que é usado (Foto: Jeep | Divulgação)
A Stellantis optou por oferecer seus motores turbinados no Brasil apenas nas configurações mais fortes. O 2.0 turbo Hurricane chegou na linha nacional com 272 cv, primeiro na Ram Rampage e depois na dupla de médios da Jeep, Compass e Commander.
O Jeep Compass utiliza esse motor nos EUA, mas em configuração de 202 cv e 30,5 kgfm. Aqui ele possui 272 cv e 40,8 kgfm, fazendo do modelo nacional o mais forte e veloz do modelo em todo o planeta.
Esse motor Hurricane é oferecido nas versões Overland e Blackhawk. Escolhemos a primeira para essa lista por ter o visual mais discreto, apenas as ponteiras do escapamento mostram que estamos falando de um SUV com quase 300 cv e que acelera de zero a 100 km/h em 6,3 segundos.
O Jeep Compass é um SUV familiar e mesmo nessa versão tem suspensão voltada para o conforto. Ela foi recalibrada com molas e amortecedores mais firmes para pode lidar com essa potência adicional, mas nada que irá deixar a rodagem dura.
Pelo menos em linha reta ele é capaz de dar susto em muitos esportivos de verdade. Mas nas curvas você irá sentir que está em um SUV de 1.706 kg.
O motor turbo veio junto de um câmbio mais longo para ajudar no consumo (Foto: Volkswagen | Divulgação)
A Volkswagen lançou o Up no Brasil como um carro subcompacto para o uso urbano, mas de construção sofisticada. Mesmo com o motor 1.0 aspirado era possível notar que o carro era esperto e bem acertado.
Em 2015 a marca alemã aumentou a gama com a oferta do motor 1.0 TSI, com 105 cv e 16,8 kgfm. Era apenas uma opção de motor mais forte para o Up, mas o baixo peso de 951 kg fez dele bem rápido: acelerava de zero a 100 km/h em apenas 9,1 segundos.
O Up TSI tinha até relações de marca mais longas, para ajudar no consumo rodoviário e exigir menos trocas — já que o motor oferece o torque máximo a partir de 1.500 rpm. A forma de diferenciar esse modelo dos aspirados era pela tampa do porta-malas pintada em preto.
Colocar o motor 1.0 TSI no Up foi uma ideia da Volkswagen brasileira. O CEO da marca gostou tanto que levou um para seu uso pessoal na Alemanha e pediu para fazerem algo parecido por lá.
A receita europeia foi um pouco diferente, usaram o motor turbo para uma versão esportiva de fato, a GTI. Ela tinha acerto mais forte no motor, suspensão mais baixa e câmbio manual de seis marchas com relações curtas. Mas só existiu graças ao Brasil.
Para os entusiastas só falta um acerto mais firme na suspensão para o March ser um hatch mais atrevido (Foto: Nissan | Divulgação)
Carros compactos com a opção de motor mais potente são sempre a opção para quem gosta de um bom desempenho, mas eles costumam ser bastante nivelados. Alguns deles se destacam, como é o carro do Nissan March 1.6.
O segredo do compacto japonês está em seu baixo peso: apenas 980 kg. Junte isso a um eficiente motor 1.6 16v, feito em alumínio, com comando variável e que produz 111 cv, você terá um compacto bem esperto. A aceleração de zero a 100 km/h dele é feita em 9,3 segundos, bem próxima a do Up TSI.
A Nissan focou no conforto na hora de acertar a suspensão do March, mas nada que um jogo de molas e amortecedores não resolva. As versões com motor 1.6 já vinham bem equipadas, o que faz dele uma boa opção para quem procura um carro usado e não precisa de algo grande.
O 1.3 aspirado combina mais com o C3, porém o IPI menor do 1.0 turbo falou mais alto (Foto: Citroën | Divulgação)
O Citroën C3 atual é um carro compacto de entrada à moda antiga, bastante simples. Ele segue a fórmula que estreou com o Renault Logan, que oferecer um carro barato com espaço interno generoso.
Ele foi lançado com o antigo motor 1.6 da PSA para ter uma opção com câmbio automático, mas ela saiu de cena para que a Stellantis possa unificar a oferta de motores no grupo. Em seu lugar poderia ter vindo o 1.3 Firefly aspirado, mas a empresa optou pelo 1.0 turbo mais potente por pagar menos IPI.
O resultado foi o carro mais leve da Stellantis a usar esse motor. São 130 cv para puxar apenas 1.115 kg. Essa força junto do câmbio CVT, que mantém o motor sempre cheio nas acelerações, fazem o C3 You arrancar como um carro elétrico.
Ele faz de zero a 100 km/h em apenas 8,4 segundos, é mais rápido que o Volkswagen Nivus GTS equipado com motor 1.4 turbo. Para ter um carro que acelera melhor que o C3 You, que está tabelado em R$ 101.490, é preciso gastar mais R$ 56.500 e levar um Fiat Pulse Abarth.
Mas falamos apenas de aceleração aqui, o Citroën C3 You possui um acerto de suspensão bem macio. O lado bom disso é que ele consegue ir rápido nos pisos mais irregulares, a desvantagem é que você sente ele balançando mais em curvas. Pelo menos ele avisa bem cedo que você está perto do limite.
O 2008 THP veio apenas com o câmbio manual em seu lançamento, foi o SUV mais esportivo do Brasil e nem aparentava (Foto: Peugeot | Divulgação)
Há 10 anos já era praticamente obrigatório ter um bom câmbio automático para pode emplacar um SUV. As caixas manuais, quando existiam, já eram relegadas às versões de entrada.
A Peugeot lançou o 2008 com câmbio automático apenas nas versões 1.6 aspiradas, a topo de linha Griffe com o 1.6 THP turbinado vinha com caixa manual. O motivo não era uma busca pela esportividade, simplesmente não havia espaço no cofre do motor para o câmbio Aisin de 6 marchas.
Isso fez do Peugeot 2008 uma opção para os entusiastas que precisavam de espaço para a família e não abriam mão de um pacote de equipamentos completo. A combinação do THP com câmbio manual só existia no Citroën DS3, um hatch esportivo de duas portas, ou no 208 GT, igualmente compacto.
A engenharia da PSA trabalhou em reduzir o tamanho da carcaça do câmbio automático para caber no Peugeot 2008. Isso chegou ao mercado em 2020, junto do face-lift e um ano após o lançamento do irmão Citroën C4 Cactus.
Continue lendo...
Versões esportivas de fato costumam trazer decoração diferenciada e outras mudanças fora o motor mais forte, como um acerto de suspensão mais firme, câmbio com relações curtas e escapamento mais barulhento. Os carros que selecionamos aqui não chamam tanta atenção, eles andam como esportivo mas para quem vê parece um modelo comum.
VEJA TAMBÉM:
- Além do Virtus Exclusive: conheça 5 sedans Volkswagen especiais
- Há 10 anos esses 3 SUVs compactos revolucionaram o mercado
- 8 carros esportivos manuais mais legais feitos no Brasil
1. Jeep Compass Overland Hurricane

A versão Overland tem apelo mais luxuoso, apenas as saídas de escape dão as pistas do motor que é usado (Foto: Jeep | Divulgação)
A Stellantis optou por oferecer seus motores turbinados no Brasil apenas nas configurações mais fortes. O 2.0 turbo Hurricane chegou na linha nacional com 272 cv, primeiro na Ram Rampage e depois na dupla de médios da Jeep, Compass e Commander.
O Jeep Compass utiliza esse motor nos EUA, mas em configuração de 202 cv e 30,5 kgfm. Aqui ele possui 272 cv e 40,8 kgfm, fazendo do modelo nacional o mais forte e veloz do modelo em todo o planeta.
Esse motor Hurricane é oferecido nas versões Overland e Blackhawk. Escolhemos a primeira para essa lista por ter o visual mais discreto, apenas as ponteiras do escapamento mostram que estamos falando de um SUV com quase 300 cv e que acelera de zero a 100 km/h em 6,3 segundos.
O Jeep Compass é um SUV familiar e mesmo nessa versão tem suspensão voltada para o conforto. Ela foi recalibrada com molas e amortecedores mais firmes para pode lidar com essa potência adicional, mas nada que irá deixar a rodagem dura.
Pelo menos em linha reta ele é capaz de dar susto em muitos esportivos de verdade. Mas nas curvas você irá sentir que está em um SUV de 1.706 kg.
2. Volkswagen Up TSI

O motor turbo veio junto de um câmbio mais longo para ajudar no consumo (Foto: Volkswagen | Divulgação)
A Volkswagen lançou o Up no Brasil como um carro subcompacto para o uso urbano, mas de construção sofisticada. Mesmo com o motor 1.0 aspirado era possível notar que o carro era esperto e bem acertado.
Em 2015 a marca alemã aumentou a gama com a oferta do motor 1.0 TSI, com 105 cv e 16,8 kgfm. Era apenas uma opção de motor mais forte para o Up, mas o baixo peso de 951 kg fez dele bem rápido: acelerava de zero a 100 km/h em apenas 9,1 segundos.
O Up TSI tinha até relações de marca mais longas, para ajudar no consumo rodoviário e exigir menos trocas — já que o motor oferece o torque máximo a partir de 1.500 rpm. A forma de diferenciar esse modelo dos aspirados era pela tampa do porta-malas pintada em preto.
Colocar o motor 1.0 TSI no Up foi uma ideia da Volkswagen brasileira. O CEO da marca gostou tanto que levou um para seu uso pessoal na Alemanha e pediu para fazerem algo parecido por lá.
A receita europeia foi um pouco diferente, usaram o motor turbo para uma versão esportiva de fato, a GTI. Ela tinha acerto mais forte no motor, suspensão mais baixa e câmbio manual de seis marchas com relações curtas. Mas só existiu graças ao Brasil.
3. Nissan March 1.6

Para os entusiastas só falta um acerto mais firme na suspensão para o March ser um hatch mais atrevido (Foto: Nissan | Divulgação)
Carros compactos com a opção de motor mais potente são sempre a opção para quem gosta de um bom desempenho, mas eles costumam ser bastante nivelados. Alguns deles se destacam, como é o carro do Nissan March 1.6.
O segredo do compacto japonês está em seu baixo peso: apenas 980 kg. Junte isso a um eficiente motor 1.6 16v, feito em alumínio, com comando variável e que produz 111 cv, você terá um compacto bem esperto. A aceleração de zero a 100 km/h dele é feita em 9,3 segundos, bem próxima a do Up TSI.
A Nissan focou no conforto na hora de acertar a suspensão do March, mas nada que um jogo de molas e amortecedores não resolva. As versões com motor 1.6 já vinham bem equipadas, o que faz dele uma boa opção para quem procura um carro usado e não precisa de algo grande.
4. Citroën C3 You

O 1.3 aspirado combina mais com o C3, porém o IPI menor do 1.0 turbo falou mais alto (Foto: Citroën | Divulgação)
O Citroën C3 atual é um carro compacto de entrada à moda antiga, bastante simples. Ele segue a fórmula que estreou com o Renault Logan, que oferecer um carro barato com espaço interno generoso.
Ele foi lançado com o antigo motor 1.6 da PSA para ter uma opção com câmbio automático, mas ela saiu de cena para que a Stellantis possa unificar a oferta de motores no grupo. Em seu lugar poderia ter vindo o 1.3 Firefly aspirado, mas a empresa optou pelo 1.0 turbo mais potente por pagar menos IPI.
O resultado foi o carro mais leve da Stellantis a usar esse motor. São 130 cv para puxar apenas 1.115 kg. Essa força junto do câmbio CVT, que mantém o motor sempre cheio nas acelerações, fazem o C3 You arrancar como um carro elétrico.
Ele faz de zero a 100 km/h em apenas 8,4 segundos, é mais rápido que o Volkswagen Nivus GTS equipado com motor 1.4 turbo. Para ter um carro que acelera melhor que o C3 You, que está tabelado em R$ 101.490, é preciso gastar mais R$ 56.500 e levar um Fiat Pulse Abarth.
Mas falamos apenas de aceleração aqui, o Citroën C3 You possui um acerto de suspensão bem macio. O lado bom disso é que ele consegue ir rápido nos pisos mais irregulares, a desvantagem é que você sente ele balançando mais em curvas. Pelo menos ele avisa bem cedo que você está perto do limite.
5. Peugeot 2008 THP

O 2008 THP veio apenas com o câmbio manual em seu lançamento, foi o SUV mais esportivo do Brasil e nem aparentava (Foto: Peugeot | Divulgação)
Há 10 anos já era praticamente obrigatório ter um bom câmbio automático para pode emplacar um SUV. As caixas manuais, quando existiam, já eram relegadas às versões de entrada.
A Peugeot lançou o 2008 com câmbio automático apenas nas versões 1.6 aspiradas, a topo de linha Griffe com o 1.6 THP turbinado vinha com caixa manual. O motivo não era uma busca pela esportividade, simplesmente não havia espaço no cofre do motor para o câmbio Aisin de 6 marchas.
Isso fez do Peugeot 2008 uma opção para os entusiastas que precisavam de espaço para a família e não abriam mão de um pacote de equipamentos completo. A combinação do THP com câmbio manual só existia no Citroën DS3, um hatch esportivo de duas portas, ou no 208 GT, igualmente compacto.
A engenharia da PSA trabalhou em reduzir o tamanho da carcaça do câmbio automático para caber no Peugeot 2008. Isso chegou ao mercado em 2020, junto do face-lift e um ano após o lançamento do irmão Citroën C4 Cactus.
Continue lendo...