Notícia Americanos enfrentam recorde de dívidas automotivas

O endividamento automotivo nos EUA atingiu níveis exorbitantes e preocupa especialistas. Segundo estudo da Consumer Federation of America, os americanos devem atualmente US$ 1,66 trilhão em financiamentos de veículos, valor que só fica atrás das hipotecas e supera dívidas com cartões de crédito e empréstimos estudantis.

O aumento está diretamente ligado à escalada dos preços. O valor médio de um carro novo já beira os US$ 50 mil, enquanto picapes de grande porte se aproximam dos US$ 65 mil. Essa valorização também encareceu o mercado de usados, levando consumidores a manterem seus veículos por mais tempo.

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Para bancar esses custos, muitos recorrem a financiamentos de longo prazo. Hoje, o pagamento mensal médio é de US$ 745, mas cerca de 20% dos contratos já exigem parcelas superiores a US$ 1.000. Para aliviar o peso no orçamento, quase um quinto dos compradores opta por prazos de sete anos, e algumas montadoras voltaram a oferecer contratos de até oito anos. A Ram, por exemplo, estendeu sua garantia para dez anos ou 160 mil km, em resposta à tendência.

Ainda assim, mais de 8% dos financiamentos estão com atrasos superiores a 90 dias, e a taxa de calotes superou 3% pela primeira vez desde 2011. As retomadas de veículos aumentaram 43% entre 2022 e 2024, atingindo o maior nível desde a crise de 2009.

Entre 2019 e 2025, os preços de carros novos subiram mais de 21%, impulsionados pela inflação e pelos juros elevados aplicados pelo Federal Reserve. Com o financiamento prolongado, os consumidores acabam pagando muito mais em juros ao longo do tempo.

As perspectivas também não são animadoras. O Laboratório de Orçamento de Yale prevê que os preços de veículos e peças subam 12% no curto prazo e 7% no longo prazo, em razão das tarifas do governo Trump. A atual administração também eliminou o crédito federal de US$ 7.500 para veículos elétricos e híbridos plug-in, reduzindo incentivos para a transição energética.

Além disso, a fiscalização regulatória perdeu força. Segundo o estudo, o Consumer Financial Protection Bureau abandonou 99% dos casos em andamento, enquanto a FTC deixou de recorrer de decisões que enfraqueceram regras contra abusos em financiamentos. Especialistas alertam que, sem proteção ao consumidor, a tendência é de agravamento da crise.

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