Ultimamente eu tenho andado com uma ideia na cabeça: ter um carro mais velho – que ainda não se classifique como antigo – mas que dê para curtir em um passeio e que possa ser usado eventualmente no dia a dia. Naquela linha que eu falei na minha última coluna: um carro do fim dos anos 90, começo dos anos 2000…
Então eu fico “zapeando” pelos classificados da internet atrás desse tipo de modelo. E, não é novidade para ninguém, que os preços de carros usados dispararam.
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Mas, além disso, é possível observar outro fenômeno curioso: muitos carros usados com 15 ou 20 anos, em estado de conservação acima da média, estão sendo anunciados por valores completamente deslocados da realidade. E, engraçado, é possível estabelecer até uma média de preço para eles: R$ 30 mil.
Vectra 2002 em excelente estado de conservação? R$ 30 mil! Palio Weekend 1999 toda original? R$ 30 mil! Outro dia, vi um Hyundai Atos (você sabe de qual carro estou falando?) por… R$ 30 mil!
Claro que um carro usado em um estado geral acima da média pode ser vendido por um preço um pouco acima da tabela. Eu até acho justo… Mas R$ 30 mil em um Hyundai Atos? Sério?!
Sehoras e senhores… Eis o Hyundai Atos (Foto: Hyundai | Divulgação)
Alguns vendedores estão embarcando na onda dos tais neocolecionáveis: modelos que estão na faixa dos 30 anos de fabricação (ou próximo disso), perto de ganhar a placa preta, e que estão sendo muito procurados por serem exemplares que foram cobiçados no passado.
De fato, alguns modelos que tiveram a produção limitada ou que se tornaram raros e difíceis de achar em bom estado merecem um preço diferenciado. Alguns são, de fato, colecionáveis. Mas a maioria é de carros que não tem nenhuma dessas condições.
Seriam apostas para o futuro… Pura especulação.
E isso é um fenômeno recente: em meados dos anos 1990, era comum comprar carros V8 (Dodge Dart, por exemplo), desprezar a carcaça e aproveitar o motor em lanchas. Maverick GT, cobiçadíssimo hoje? Era comprado por uma verdadeira mixaria.
Quem comprou um Gol GTI usado na primeira década dos anos 2000 fez um ótimo negócio. Os preços desses dispararam e estão na casa dos centenas de milhares de reais… Uma questão de oferta e demanda? Efeito manada?
Eu sei que a compra de um carro antigo ou um colecionável – até mesmo um usado bem conservado – não é uma questão racional, é claro! Na maioria das vezes, está fortemente entremeada por uma carga emocional: o carro que o pai tinha um igual, o esportivo dos sonhos quando era adolescente…
E é nessa que aparecem os antigoportunistas: muitas vezes compram um carro por um preço justo, mas colocam um ágio absurdo em cima. Fora quando fazem uma reforma porca e classificam o modelo como “impecável” ou “restaurado”.
É como diz o ditado, né: todo dia sai um esperto e um bobo de casa e quando encontram dá negócio. Eu que não quero ser o bobo… R$ 30 mil em Hyundai Atos? Tá doido?!
O post Antigoportunista: seu carro usado em bom estado não é um colecionável apareceu primeiro em AutoPapo.
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Então eu fico “zapeando” pelos classificados da internet atrás desse tipo de modelo. E, não é novidade para ninguém, que os preços de carros usados dispararam.
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Mas, além disso, é possível observar outro fenômeno curioso: muitos carros usados com 15 ou 20 anos, em estado de conservação acima da média, estão sendo anunciados por valores completamente deslocados da realidade. E, engraçado, é possível estabelecer até uma média de preço para eles: R$ 30 mil.
Vectra 2002 em excelente estado de conservação? R$ 30 mil! Palio Weekend 1999 toda original? R$ 30 mil! Outro dia, vi um Hyundai Atos (você sabe de qual carro estou falando?) por… R$ 30 mil!
Claro que um carro usado em um estado geral acima da média pode ser vendido por um preço um pouco acima da tabela. Eu até acho justo… Mas R$ 30 mil em um Hyundai Atos? Sério?!

Sehoras e senhores… Eis o Hyundai Atos (Foto: Hyundai | Divulgação)
Alguns vendedores estão embarcando na onda dos tais neocolecionáveis: modelos que estão na faixa dos 30 anos de fabricação (ou próximo disso), perto de ganhar a placa preta, e que estão sendo muito procurados por serem exemplares que foram cobiçados no passado.
De fato, alguns modelos que tiveram a produção limitada ou que se tornaram raros e difíceis de achar em bom estado merecem um preço diferenciado. Alguns são, de fato, colecionáveis. Mas a maioria é de carros que não tem nenhuma dessas condições.
Seriam apostas para o futuro… Pura especulação.
Hoje cobiçados, mas já foram desprezados
E isso é um fenômeno recente: em meados dos anos 1990, era comum comprar carros V8 (Dodge Dart, por exemplo), desprezar a carcaça e aproveitar o motor em lanchas. Maverick GT, cobiçadíssimo hoje? Era comprado por uma verdadeira mixaria.
Quem comprou um Gol GTI usado na primeira década dos anos 2000 fez um ótimo negócio. Os preços desses dispararam e estão na casa dos centenas de milhares de reais… Uma questão de oferta e demanda? Efeito manada?
Eu sei que a compra de um carro antigo ou um colecionável – até mesmo um usado bem conservado – não é uma questão racional, é claro! Na maioria das vezes, está fortemente entremeada por uma carga emocional: o carro que o pai tinha um igual, o esportivo dos sonhos quando era adolescente…
E é nessa que aparecem os antigoportunistas: muitas vezes compram um carro por um preço justo, mas colocam um ágio absurdo em cima. Fora quando fazem uma reforma porca e classificam o modelo como “impecável” ou “restaurado”.
É como diz o ditado, né: todo dia sai um esperto e um bobo de casa e quando encontram dá negócio. Eu que não quero ser o bobo… R$ 30 mil em Hyundai Atos? Tá doido?!
- Boris Feldman falou sobre o retorno da placa preta neste ano. Confira:
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