Notícia Ayrton Senna: Por que ele é o rei do GP de Mônaco na Fórmula 1

Poucos circuitos na Fórmula 1 carregam tanto prestígio quanto Monte Carlo. Com suas ruas estreitas, curvas desafiadoras e margens de erro quase inexistentes, o GP de Mônaco exige mais do que um carro competitivo: exige genialidade. E foi ali que Ayrton Senna cravou seu nome na história da F1 como o maior de todos nesse cenário — um título que ninguém jamais contestou: o Rei de Mônaco.

Neste fim de semana (24 a 26 de maio), a F1 retorna às ruas do Principado para mais uma edição do Grande Prêmio de Mônaco. E como já é tradição, os fãs de velocidade aproveitam a ocasião para relembrar os feitos de Senna no circuito que mais exigia precisão, coragem e controle absoluto do carro.

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O início da lenda


A história de Senna em Mônaco começa com um cartão de visitas inesquecível. Em 1984, ainda correndo pela modesta equipe Toleman, o brasileiro largou na 13ª posição e fez chover literalmente. Sob intensa chuva, ele ultrapassou carros muito superiores e, em poucos giros, já era segundo colocado, encurtando a distância para o líder Alain Prost a cada volta. A corrida foi encerrada prematuramente por segurança, mas ali nascia a lenda: um piloto com controle absurdo do carro e coragem para desafiar os limites.

ayrton senna em entrevista

O recorde absoluto


Senna venceu o GP de Mônaco seis vezes um recorde absoluto até hoje. As vitórias aconteceram em 1987, 1989, 1990, 1991, 1992 e 1993. De forma impressionante, ele venceu cinco dessas corridas consecutivamente, consolidando sua dominância entre 1989 e 1993.

Mônaco não perdoa erros, mas Senna parecia dançar entre os guard rails com milímetros de sobra. Sua precisão era quase sobre-humana. Mesmo entre os rivais, o respeito era total. “Ele se tornava quase invencível em Mônaco”, admitiu Alain Prost anos depois.

A volta perfeita de Ayrton Senna


Uma das cenas mais marcantes da carreira de Senna em Monte Carlo veio durante a classificação de 1988. Após garantir a pole com mais de 1,4 segundos de vantagem para o companheiro de equipe, Prost, ele descreveu a experiência como algo espiritual:

“De repente eu me dei conta de que estava além do limite, mas ainda assim conseguia manter o carro naquele ritmo. Era como se eu estivesse em outra dimensão, guiando instintivamente.”

Era Senna em sua essência. Técnica e emoção, cálculo e fé tudo misturado no traçado mais técnico da temporada.

O mito que nunca saiu de cena


Mesmo após sua morte, em 1994, a conexão de Senna com Mônaco permanece viva. A cada GP, os fãs o relembram como o piloto que transformou as ruas do Principado em uma extensão de sua alma.

Até hoje, nenhum outro piloto conseguiu repetir o feito de seis vitórias em Mônaco. Para muitos, pode haver campeões mundiais mais vencedores, mas em Monte Carlo, o trono continua ocupado. E o nome escrito nele é Ayrton Senna da Silva.

honda nsx vermelho com ayrton senna ao lado

As seis vitórias de Ayrton Senna em Mônaco


Confira um pouco da trajetória do piloto em Mônaco.

1987 – A primeira vitória com a Lotus:


Senna conquistou sua primeira vitória no Principado com a Lotus-Honda. Largando em segundo, ele superou Nigel Mansell e aproveitou o abandono de Prost para cruzar a linha de chegada com autoridade. Era o prenúncio do que viria.

1989 – A redenção com a McLaren:


Após bater sozinho em 1988 quando liderava com folga, Senna voltou com tudo no ano seguinte. Assumiu a ponta logo no início e manteve a liderança até o fim, iniciando a sequência histórica de vitórias consecutivas.

1990 – Superioridade total:


Mesmo com problemas de câmbio no fim da prova, Senna controlou toda a corrida. Sua McLaren estava afiada, e ele manteve a liderança com maestria do início ao fim.

1991 – Vitória na estratégia e na frieza:


Senna largou na pole e liderou quase toda a prova. Mas no fim, Riccardo Patrese se aproximou com pneus mais novos. Mesmo com os pneus desgastados, Senna segurou a pressão e garantiu o quarto triunfo seguido.

1992 – A mais difícil de todas:


Nessa corrida, Senna teve que segurar uma verdadeira investida de Nigel Mansell nas voltas finais. O inglês, com pneus novos, encostou e tentou ultrapassar diversas vezes. Senna se defendeu com perfeição em cada curva estreita e venceu por menos de meio segundo.

1993 – A despedida do trono:


Na sua última vitória em Mônaco, Senna foi impecável. Com o abandono de Prost e o erro de Schumacher, ele herdou a ponta e não desperdiçou a chance de conquistar sua sexta coroa nas ruas do Principado.

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