Por conta de uma disputa entre China e Estados Unidos, uma companhia com sede na Holanda virou objeto de disputa pelo governo local. Agora, a confusão aumentou e, como consequência, as fábricas brasileiras podem paralisar sua produção.
E quem diz isso é a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores: a Anfavea alertou que, se houver solução envolvendo a empresa Nexperia, a indústria automobilística poderá paralisar a produção no Brasil em até duas ou três semanas.
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Segundo analistas, os chips da Nexperia não são altamente complexos, mas são utilizados em largo volume pela indústria. Segundo a Anfavea, os modelos de carros mais modernos contêm entre 1.000 e 3.000 chips por veículo. Eles servem para comandar aspectos do motor, transmissão, ABS, central multimídia, câmera de ré, airbags e mais.
O presidente da Anfavea, Igor Calvet, declarou que diversas montadoras já receberam a notificação sobre as iminentes interrupções no fornecimento de componentes eletrônicos essenciais para a produção, disse a Folha de S. Paulo.
A cadeia global de semicondutores depende fortemente dos países asiáticos, como China, Coreia do Sul e Taiwan. A China domina o refino e a produção de minerais críticos que são essenciais para ímãs permanentes e outros componentes. Já em solo brasileiro, a indústria automotiva importa praticamente todos os semicondutores que utiliza, o que torna o setor extremamente vulnerável à crise.
Chips têm produção altamente dominada por poucas empresas no mundo (Foto: Divulgação | Chevrolet)
Por conta do risco — que já paralisou fábricas no exterior —, a entidade encaminhou um pedido ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) de que o governo brasileiro intervenha diplomaticamente e tecnicamente junto à China, a fim de assegurar o fornecimento dos semicondutores.
Mas talvez isso não seja necessário: segundo a Reuters, nessa quinta-feira (23) parte da produção da Nexperia já havia sido reestabelecida. É aguardada uma solução ao problema antes que haja grandes paralisações.
A falta de semicondutores para os carros não seria algo inédito na indústria automotiva, que viveu cenário de caos durante a pandemia de covid-19.
No início do lockdown, as montadoras cortaram pedidos de chips a diversos fornecedores, prevendo queda de demanda. Ao mesmo tempo, as vendas de TVs e computadores explodiram, de modo que a produção de chips foi direcionada para o setor de eletrônicos domésticos.
Quando o setor automotivo reagiu, faltou matéria-prima e tempo para atender aos pedidos, fazendo os prazos dispararem. O problema foi agravado pela medidas de restrição à circulação de mercadorias, um incêndio em uma fábrica e gargalos logísticos.
Como resultado, fábricas no Brasil e no mundo viveram longos períodos de produção zero. A AlixPartners estima 7,7 milhões de carros deixaram de ser produzidos em 2021 por conta da falta de chips.
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E quem diz isso é a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores: a Anfavea alertou que, se houver solução envolvendo a empresa Nexperia, a indústria automobilística poderá paralisar a produção no Brasil em até duas ou três semanas.
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Entenda o caso
- A Nexperia é uma fabricante chinesa de chips semicondutores. A empresa tem fábricas na China e no exterior — em países como a Holanda.
- Por conta da guerra de tarifas entre China e Estados Unidos, o governo dos EUA impôs restrições a companhias chinesas que representam grande ameaça comercial e tecnológica ao país. A dona da Nexperia foi uma delas.
- Por conta disso, a Nexperia da Holanda também seria afetada. Logo, no começo de outubro, o governo holandês decidiu nacionalizar a sede local da Nexperia.
- Em resposta, a China proibiu que a Nexperia chinesa exportasse chips para o exterior. Ao mesmo tempo, a Nexperia holandesa ficou impedida de obter matéria-prima de fornecedores chineses.
Segundo analistas, os chips da Nexperia não são altamente complexos, mas são utilizados em largo volume pela indústria. Segundo a Anfavea, os modelos de carros mais modernos contêm entre 1.000 e 3.000 chips por veículo. Eles servem para comandar aspectos do motor, transmissão, ABS, central multimídia, câmera de ré, airbags e mais.
O presidente da Anfavea, Igor Calvet, declarou que diversas montadoras já receberam a notificação sobre as iminentes interrupções no fornecimento de componentes eletrônicos essenciais para a produção, disse a Folha de S. Paulo.
A cadeia global de semicondutores depende fortemente dos países asiáticos, como China, Coreia do Sul e Taiwan. A China domina o refino e a produção de minerais críticos que são essenciais para ímãs permanentes e outros componentes. Já em solo brasileiro, a indústria automotiva importa praticamente todos os semicondutores que utiliza, o que torna o setor extremamente vulnerável à crise.
Chips têm produção altamente dominada por poucas empresas no mundo (Foto: Divulgação | Chevrolet)
Potenciais impactos na indústria
Por conta do risco — que já paralisou fábricas no exterior —, a entidade encaminhou um pedido ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) de que o governo brasileiro intervenha diplomaticamente e tecnicamente junto à China, a fim de assegurar o fornecimento dos semicondutores.
Mas talvez isso não seja necessário: segundo a Reuters, nessa quinta-feira (23) parte da produção da Nexperia já havia sido reestabelecida. É aguardada uma solução ao problema antes que haja grandes paralisações.
Pandemia viveu cenário parecido
A falta de semicondutores para os carros não seria algo inédito na indústria automotiva, que viveu cenário de caos durante a pandemia de covid-19.
No início do lockdown, as montadoras cortaram pedidos de chips a diversos fornecedores, prevendo queda de demanda. Ao mesmo tempo, as vendas de TVs e computadores explodiram, de modo que a produção de chips foi direcionada para o setor de eletrônicos domésticos.
Quando o setor automotivo reagiu, faltou matéria-prima e tempo para atender aos pedidos, fazendo os prazos dispararem. O problema foi agravado pela medidas de restrição à circulação de mercadorias, um incêndio em uma fábrica e gargalos logísticos.
Como resultado, fábricas no Brasil e no mundo viveram longos períodos de produção zero. A AlixPartners estima 7,7 milhões de carros deixaram de ser produzidos em 2021 por conta da falta de chips.
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