Notícia Conheça os 10 carros mais vendidos de todos os tempos no Brasil

O Brasil é um país peculiar no setor automotivo. Por aqui, projetos globais convivem com carros pensados e desenvolvidos especificamente para o nosso mercado, o que resulta em um ranking de emplacamentos interessante, como fica claro na lista com os 10 carros mais vendidos de todos os tempos.

VEJA TAMBÉM:


O AutoPapo fez um levantamento dos automóveis que foram mais comercializados em toda a história da indústria automobilística brasileira. Consideramos sempre a soma total aproximada de vendas de cada carro pelo nome, independentemente de mudanças de gerações ou períodos em que ficou sem ser vendido.

Os 10 carros mais vendidos do Brasil​


Confira o listão dos 10 carros mais vendidos de todos os tempos no Brasil!

1º. Volkswagen Gol​

050220221644070139volkswagen gol g7 ms uavqevupyc

Entre todos os veículos do listão, o Gol é o único que ainda está em produção
  • 6,9 milhões de unidades
  • Período: 1980 até hoje

O Gol foi um marco para a Volkswagen no país e até hoje é um fenômeno de vendas mundial. Lançado em 1980 como parte do Projeto BX, já coleciona mais de 8 milhões de unidades produzidas e quase 7 milhões de veículos emplacados no país.

Desde então, foram três gerações e muitas remodelações, além de alguns conjuntos mecânicos emblemáticos e robustos. Com custo de manutenção baixo, fama de mecânica simples e acerto mais firme, por 26 anos seguidos foi o carro mais negociado do Brasil.

A atual geração do Gol foi lançada em 2008. Feito sobre a base do Fox, de 2002, o hatch já dá sinais de cansaço, mas, mesmo assim, fechou 2021 como um dos cinco veículos de passeio mais comercializados. Em 2024, o modelo será substituído por uma nova linha de SUVs pequenos fabricada sobre a plataforma MQB, mas a Volks ainda não decidiu se manterá o nome.

2º. Fiat Uno​

fiat uno grazie mille 2

Série especial Grazie Mille marcou o fim da produção da primeira geração do Uno
  • 3,2 milhões de unidades
  • Período: 1984 a 2021

O Uno foi o primeiro projeto global da marca italiana a ser oferecido no país e representou uma espécie de revolução para o segmento de compactos nos anos 1980. A cabine otimizada oferecia espaço interno melhor que o dos concorrentes e o formato botinha ortopédica ainda garantia ao hatch um ótimo coeficiente aerodinâmico.

O modelo ainda foi o grande rival do Gol por décadas e se valeu de vários atributos para ser um dos carros mais vendidos de todos os tempos. Manutenção barata, mecânica simples e versões acessíveis acompanharam o compacto por toda a sua vida. Mesmo convivendo com o Palio depois de 1996, nunca arrefeceu nos emplacamentos.

A Botinha Ortopédica ainda conviveu também com uma segunda geração do Uno, pensada especialmente para o mercado brasileiro e com jeito mais quadradinho. O velho hatch só se despediu em 2014, enquanto o atual deu adeus recentemente, em dezembro de 2021. Ao todo, foram mais de 3,2 milhões de unidades emplacadas durante mais de 35 anos.

3º. Volkswagen Fusca​

volkswagen fusca itamar vermelho de frente

Unidades do Fusca fabricadas na década de 1990 ganharam o apelido de “Itamar”
  • 3 milhões de unidades
  • Período: 1959 a 1986 e 1993 a 1996

Até os anos 1980, a paisagem das ruas brasileiras era dominada pelo Fusca. Basta ver fotos da época: só dá o Besouro no trânsito e até nas roças desse país afora. Foi o carro mais vendido do país por várias décadas não só por ser um modelo de entrada, mas também pela mecânica extremamente simples e robusta.

E o carinho que se tem pelo modelo é tão grande que ele serviu até para medidas populistas e agrado político. Depois de se aposentar em 1986, voltou em 1993 a pedido do presidente da República e para ganhar o apelido de Fusca Itamar.

O projeto de Ferdinand Porsche dos anos 1930 para ser um veículo para o povo foi um sucesso mundial e aqui cumpriu seu papel original, com mais de 3 milhões de unidades negociadas. Até hoje, o Fusca é querido no mercado de usados e volta e meia a gente vê um um inteiro por aí.

4º. Fiat Palio​

fiat palio 16v 2000 amarelo de frente

Primeira geração do Palio passou por diversas reestilizações
  • 2,5 milhões de unidades
  • Período: 1996 a 2017

O Palio foi uma resposta da Fiat ao sucesso do Gol. Projeto global da marca italiana, o modelo chegou aqui em 1996 para brigar forte no segmento de compactos e rapidamente tornou-se um dos carros mais vendidos do Brasil.

Entre as virtudes do Palio, o bom custo benefício, ergonomia eficiente, variedade de versões e suspensão com acerto macio. Assim como o rival, teve variantes perua, picape e sedã e foi redesenhado diversas vezes – algumas remodelações, inclusive, com a assinatura de Giorgetto Giugiaro – e também foi outro que teve duas gerações paralelas.

É que, em 2011 a Fiat lançou por aqui a segunda geração do Palio, mas o veterano hatch continuou na ativa com o sobrenome Fire. Com os dois modelos, a Fiat conseguiu emplacar a linha como o veículo mais vendido do país em 2014, mas a liderança no ano seguinte já ia mudar de rodas: para o Chevrolet Onix. Em 2017, o fabricante tirou o Palio de linha.

5º. Chevrolet Celta​

celta 2002

Projeto do Chevrolet foi desenvolvido no Brasil
  • 1,7 milhão de unidades
  • Período: 2000 a 2015

No fim dos anos 1990 a General Motors viu que precisava expandir ainda mais sua linha de compactos e lançar um modelo de entrada. Em 2000, a montadora começou a produzir em Gravataí (RS) um dos seus carros de maior sucesso no mercado brasileiro: o Celta.

O hatch foi o primeiro modelo do país a ter opção de venda pela internet e nos primeiros anos ofereceu apenas o motor 1.0 de 60 cv e configuração de duas portas. Nos quase 15 anos de trajetória, sempre figurou no pódio dos automóveis de passeio mais vendidos do país, disputando mercado com Gol e Palio e convivendo com outros compactos da própria marca, como as duas gerações do Corsa e, posteriormente, o Onix.

Ao longo dos 15 anos de vida, estreou motor 1.4, o 1.0 teve a potência elevada, ganhou série especial Piquet – em homenagem ao tricampeão de F1 -, além de kits originais de acessórios (com direito até a um “Off-road”). Em 2013, até passou a ser equipado com airbag duplo frontal e freios com ABS, para atender à legislação, mas só durou mais dois anos.

6º. Chevrolet Chevette​

chevrolet chevette sl 1973 de frente

Brasil foi o primeiro país a ter o Chevette, que n Europa se chamava Opel Kadett
  • 1,6 milhão de unidades
  • Período: 1973 a 1993

O Chevette foi um grande salto da General Motors do Brasil nos anos 1970 e, por isso mesmo, tornou-se um dos carros mais vendidos do país de todos os tempos. O Chevrolet nasceu aqui em 1973 como um sedã derivado do Projeto T, que originou a quarta geração do Opel Kadett – curiosamente, o nosso carro foi lançado meses antes do modelo europeu.

Carro de entrada e mais acessível da marca no Brasil, o Chevette também caiu nas graças do mercado com sua mecânica robusta. Com motor 1.4 e tração traseira, ainda era dotado de um câmbio com um dos engates mais macios da história da indústria. Nesta primeira fase teve a variante hatch e série especial GP.

Em 1983, passou por uma profunda remodelação e ficou com jeitão do recém-lançado Monza para ganhar o apelido de Tubarão. Neste mesmo ano, foi o carro mais vendido do país. Esse Chevette ainda recebeu opção de motor 1.6 a álcool e até câmbio automático de três marchas – importado da Austrália -, além de uma série especial inusitada Jeans.

O sedã perdeu fôlego após a abertura das importações. Em 1991, passou a ser vendido apenas na versão DL e, posteriormente, a Junior com motor 1.0 foi posicionada como opção de entrada da Chevrolet no Brasil graças aos benefícios fiscais para modelos com motor até 999 cm³. Em 1993 deixou de ser produzido para abrir espaço para a moderna linha Corsa, que chegou um ano depois.

7º. Chevrolet Corsa Sedan/Classic (Geração 1)​

GM Brazil 2016 Chevrolet Classic 001

Classic permaneceu no mercado por cerca de 20 anos
  • 1,5 milhão de unidades
  • Período: 1995 a 2016

O Corsa foi o grande lançamento da GM nos anos 1990 e obviamente a montadora iria repetir a propagação de carrocerias tal qual fez com o Chevette. A derivação sedã do compacto foi um fenômeno de vendas e de perpetuação no mercado, e por isso mesmo virou um dos 10 carros mais vendidos do país.

O três-volumes do Corsa foi desenvolvido no Brasil e lançado em 1995, um ano depois do hatch. Com amplo porta-malas, alternou motores 1.0 8V, 1.0 16V, 1.6, séries especiais e opção de câmbio automático de quatro marchas, virou alternativa versátil no segmento de sedãs compactos.

O bom custo/benefício fez o carro, inclusive, atravessar a segunda geração. O Corsa Sedan II foi lançado em 2002, mas a GM manteve o sedã antigo com o sobrenome Classic. Dois anos depois passou a ser chamado apenas de Classic. Com o fim do motor 1.6, passou a ser o sedã mais barato da marca no país.

Graças a este custo/benefício, o Classic durou até mais que a segunda geração do Corsa Sedan, que se despediu em 2012. O velho sedã dos anos 1990 ainda passou por uma reestilização e ganhou airbag duplo e freios ABS na linha 2013, antes de deixar de ser produzido, em 2016.

8º. Volkswagen Kombi​

volkswagen vw kombi serie especial prata 2005 de frente

Kombi permaneceu no mercado brasileiro por nada menos que 63 anos
  • 1,5 milhão de unidades
  • Período: 1950 a 2013

Esse nem foi só um dos carros mais vendidos do país, como deixou saudades em milhares de entusiastas. A Kombi foi sinônimo de veículo comercial robusto, versátil e de baixo custo por décadas. Tinha capacidade de carga de 1 tonelada e praticamente não teve rivais em seus mais de 60 anos de vida no Brasil.

Essa história começou em 1950, com o Grupo Brasmotor (dono da Brastemp) importando as primeiras unidades da Kombi. As credenciais de veículo comercial “pau para toda a obra” davam as caras com a suspensão independente com robustas barras de torção, chassi em monobloco e o motor traseiro do tipo boxer.

Em 1953 a Brasmotor começa a montar a Kombi em sistema CKD. Quatro anos depois, a Volkswagen assumiu as rédeas e começou a produzir a van em São Bernardo do Campo (SP). O motor 1.2 de 36 cv de potência ainda era importado. Só em 1967 o modelo começaria a ter o motor 1.5 de 52 cv.

Até a despedida, em 2013, com a série especial Last Edition, a Kombi se manteve como referência de veículo para a labuta. Sofreu uma reestilização, recebeu motor 1.6 com injeção eletrônica, passou por mudanças estéticas pontuais, teve novidades mecânicas (como freios a disco) e em 2006 ainda foi equipado com motor 1.4 flex. De longe, foi o comercial mais vendido da história no país.

9º. Ford Corcel​

autowp.ru ford corcel ii 1

Corcel foi um grande sucesso da Ford no país
  • 1,3 milhão de unidades
  • Período: 1969 a 1985

Até os anos 1960 a Ford só vendia carro grande no Brasil queria entrar no segmento de médios. A solução veio com a compra da Willys-Overland, que já tocava o Projeto M, um sedã que seria o Renault 12 na Europa. Por aqui, ganhou carroceria diferente e o emblema oval da marca estadunidense para se chamar Corcel e ser um dos carros mais vendidos do país.

O Corcel foi apresentado em 1969 na configuração quatro portas e equipado com motor 1.3. De cara, se sobressaiu no segmento graças ao bom nível de acabamento e ao espaço interno bem aproveitado. Em 1971, trocou de propulsor e adotou o 1.4 de 85 cv.

A primeira fase do Corcel durou até 1977 e assinalou mais de 650 mil unidades emplacadas. Mas a trajetória do sedã – e as boas vendas – foram honradas pelo Corcel II. Com design mais moderno e dimensões maiores, em apenas 10 meses vendeu mais de 100 mil unidades. Porém, o motor 1.4 estrangulado jogava contra.

Em 1980, o Corcel II passou a ter como opção o 1.6 com câmbio de quatro marchas e 90 cv. Até sua despedida, ainda foi submetido a algumas reestilizações sutis e a um face-lift. O suficiente para somar outras 650 mil unidades e fechar a conta do Corcel com 1,3 milhão de unidades entregues em 16 anos de existência.

10º. Ford Fiesta​

ford fiesta azul frente

Último Fiesta saiu de linha com a desativação da Fábrica da Ford em São Bernardo do Campo (SP)
  • 1,2 milhão de unidades
  • Período: 1995 a 2019

A Autolatina não fez bem à Ford. Depois da holding, a marca norte-americana perdeu participação de mercado no país e ficou com um portfólio com baixo apelo comercial. Para complicar, a parte Volks da joint-venture implicou com um carro de entrada que a oval azul desenvolvia sobre o Gol. Com o anúncio do fim da parceria, no fim de 1994, a montadora foi à luta para voltar a ter volume e achou no Fiesta a solução.

A marca começou a importar da Espanha a terceira geração global do seu mais famoso compacto, em 1995 – um ano antes de a Autolatina terminar oficialmente. Debutou aqui com motor Endura 1.3 de 60 cv, mas já em 1996 a Ford iniciou a fabricação da quarta geração do hatch em São Bernardo do Campo (SP).

Em 2002 surgiu o Fiesta que alçou o modelo a ser um dos carros mais vendidos do país. Fruto do Projeto Amazon, o hatch, em sua quinta geração, começou a ser fabricado em Camaçari (BA) e ainda serviu de base para o EcoSport. Esse hatch viveu até 2014 e ainda conviveu por um bom tempo com o compacto de sexta geração, que começou no Brasil importado do México. Este se chamava New Fiesta enquanto o velho passou a ser denominado Fiesta Rocam.

O New Fiesta começou a ser produzido no ABC paulista em 2013, dois anos após o lançamento do exemplar mexicano. Manteve os sempre bem dispostos motores da Ford, mas teve até opção de turbo da família Ecoboost. Em 2019, deixou de ser produzido quando a Ford fechou a fábrica de Sâo Bernardo do Campo (SP) e deu os primeiros sinais de que encerraria suas atividades industriais por aqui, o que foi confirmado em janeiro de 2021.

Por que a Ford fechou todas as suas fábricas no Brasil? Boris Feldman explica em vídeo!


O post Conheça os 10 carros mais vendidos de todos os tempos no Brasil apareceu primeiro em AutoPapo.

Continue lendo...
 
Top