O Brasil é um país peculiar no setor automotivo. Por aqui, projetos globais convivem com carros pensados e desenvolvidos especificamente para o nosso mercado, o que resulta em um ranking de emplacamentos interessante, como fica claro na lista com os 10 carros mais vendidos de todos os tempos.
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O AutoPapo fez um levantamento dos automóveis que foram mais comercializados em toda a história da indústria automobilística brasileira. Consideramos sempre a soma total aproximada de vendas de cada carro pelo nome, independentemente de mudanças de gerações ou períodos em que ficou sem ser vendido.
Confira o listão dos 10 carros mais vendidos de todos os tempos no Brasil!
Entre todos os veículos do listão, o Gol é o único que ainda está em produção
O Gol foi um marco para a Volkswagen no país e até hoje é um fenômeno de vendas mundial. Lançado em 1980 como parte do Projeto BX, já coleciona mais de 8 milhões de unidades produzidas e quase 7 milhões de veículos emplacados no país.
Desde então, foram três gerações e muitas remodelações, além de alguns conjuntos mecânicos emblemáticos e robustos. Com custo de manutenção baixo, fama de mecânica simples e acerto mais firme, por 26 anos seguidos foi o carro mais negociado do Brasil.
A atual geração do Gol foi lançada em 2008. Feito sobre a base do Fox, de 2002, o hatch já dá sinais de cansaço, mas, mesmo assim, fechou 2021 como um dos cinco veículos de passeio mais comercializados. Em 2024, o modelo será substituído por uma nova linha de SUVs pequenos fabricada sobre a plataforma MQB, mas a Volks ainda não decidiu se manterá o nome.
Série especial Grazie Mille marcou o fim da produção da primeira geração do Uno
O Uno foi o primeiro projeto global da marca italiana a ser oferecido no país e representou uma espécie de revolução para o segmento de compactos nos anos 1980. A cabine otimizada oferecia espaço interno melhor que o dos concorrentes e o formato botinha ortopédica ainda garantia ao hatch um ótimo coeficiente aerodinâmico.
O modelo ainda foi o grande rival do Gol por décadas e se valeu de vários atributos para ser um dos carros mais vendidos de todos os tempos. Manutenção barata, mecânica simples e versões acessíveis acompanharam o compacto por toda a sua vida. Mesmo convivendo com o Palio depois de 1996, nunca arrefeceu nos emplacamentos.
A Botinha Ortopédica ainda conviveu também com uma segunda geração do Uno, pensada especialmente para o mercado brasileiro e com jeito mais quadradinho. O velho hatch só se despediu em 2014, enquanto o atual deu adeus recentemente, em dezembro de 2021. Ao todo, foram mais de 3,2 milhões de unidades emplacadas durante mais de 35 anos.
Unidades do Fusca fabricadas na década de 1990 ganharam o apelido de “Itamar”
Até os anos 1980, a paisagem das ruas brasileiras era dominada pelo Fusca. Basta ver fotos da época: só dá o Besouro no trânsito e até nas roças desse país afora. Foi o carro mais vendido do país por várias décadas não só por ser um modelo de entrada, mas também pela mecânica extremamente simples e robusta.
E o carinho que se tem pelo modelo é tão grande que ele serviu até para medidas populistas e agrado político. Depois de se aposentar em 1986, voltou em 1993 a pedido do presidente da República e para ganhar o apelido de Fusca Itamar.
O projeto de Ferdinand Porsche dos anos 1930 para ser um veículo para o povo foi um sucesso mundial e aqui cumpriu seu papel original, com mais de 3 milhões de unidades negociadas. Até hoje, o Fusca é querido no mercado de usados e volta e meia a gente vê um um inteiro por aí.
Primeira geração do Palio passou por diversas reestilizações
O Palio foi uma resposta da Fiat ao sucesso do Gol. Projeto global da marca italiana, o modelo chegou aqui em 1996 para brigar forte no segmento de compactos e rapidamente tornou-se um dos carros mais vendidos do Brasil.
Entre as virtudes do Palio, o bom custo benefício, ergonomia eficiente, variedade de versões e suspensão com acerto macio. Assim como o rival, teve variantes perua, picape e sedã e foi redesenhado diversas vezes – algumas remodelações, inclusive, com a assinatura de Giorgetto Giugiaro – e também foi outro que teve duas gerações paralelas.
É que, em 2011 a Fiat lançou por aqui a segunda geração do Palio, mas o veterano hatch continuou na ativa com o sobrenome Fire. Com os dois modelos, a Fiat conseguiu emplacar a linha como o veículo mais vendido do país em 2014, mas a liderança no ano seguinte já ia mudar de rodas: para o Chevrolet Onix. Em 2017, o fabricante tirou o Palio de linha.
Projeto do Chevrolet foi desenvolvido no Brasil
No fim dos anos 1990 a General Motors viu que precisava expandir ainda mais sua linha de compactos e lançar um modelo de entrada. Em 2000, a montadora começou a produzir em Gravataí (RS) um dos seus carros de maior sucesso no mercado brasileiro: o Celta.
O hatch foi o primeiro modelo do país a ter opção de venda pela internet e nos primeiros anos ofereceu apenas o motor 1.0 de 60 cv e configuração de duas portas. Nos quase 15 anos de trajetória, sempre figurou no pódio dos automóveis de passeio mais vendidos do país, disputando mercado com Gol e Palio e convivendo com outros compactos da própria marca, como as duas gerações do Corsa e, posteriormente, o Onix.
Ao longo dos 15 anos de vida, estreou motor 1.4, o 1.0 teve a potência elevada, ganhou série especial Piquet – em homenagem ao tricampeão de F1 -, além de kits originais de acessórios (com direito até a um “Off-road”). Em 2013, até passou a ser equipado com airbag duplo frontal e freios com ABS, para atender à legislação, mas só durou mais dois anos.
Brasil foi o primeiro país a ter o Chevette, que n Europa se chamava Opel Kadett
O Chevette foi um grande salto da General Motors do Brasil nos anos 1970 e, por isso mesmo, tornou-se um dos carros mais vendidos do país de todos os tempos. O Chevrolet nasceu aqui em 1973 como um sedã derivado do Projeto T, que originou a quarta geração do Opel Kadett – curiosamente, o nosso carro foi lançado meses antes do modelo europeu.
Carro de entrada e mais acessível da marca no Brasil, o Chevette também caiu nas graças do mercado com sua mecânica robusta. Com motor 1.4 e tração traseira, ainda era dotado de um câmbio com um dos engates mais macios da história da indústria. Nesta primeira fase teve a variante hatch e série especial GP.
Em 1983, passou por uma profunda remodelação e ficou com jeitão do recém-lançado Monza para ganhar o apelido de Tubarão. Neste mesmo ano, foi o carro mais vendido do país. Esse Chevette ainda recebeu opção de motor 1.6 a álcool e até câmbio automático de três marchas – importado da Austrália -, além de uma série especial inusitada Jeans.
O sedã perdeu fôlego após a abertura das importações. Em 1991, passou a ser vendido apenas na versão DL e, posteriormente, a Junior com motor 1.0 foi posicionada como opção de entrada da Chevrolet no Brasil graças aos benefícios fiscais para modelos com motor até 999 cm³. Em 1993 deixou de ser produzido para abrir espaço para a moderna linha Corsa, que chegou um ano depois.
Classic permaneceu no mercado por cerca de 20 anos
O Corsa foi o grande lançamento da GM nos anos 1990 e obviamente a montadora iria repetir a propagação de carrocerias tal qual fez com o Chevette. A derivação sedã do compacto foi um fenômeno de vendas e de perpetuação no mercado, e por isso mesmo virou um dos 10 carros mais vendidos do país.
O três-volumes do Corsa foi desenvolvido no Brasil e lançado em 1995, um ano depois do hatch. Com amplo porta-malas, alternou motores 1.0 8V, 1.0 16V, 1.6, séries especiais e opção de câmbio automático de quatro marchas, virou alternativa versátil no segmento de sedãs compactos.
O bom custo/benefício fez o carro, inclusive, atravessar a segunda geração. O Corsa Sedan II foi lançado em 2002, mas a GM manteve o sedã antigo com o sobrenome Classic. Dois anos depois passou a ser chamado apenas de Classic. Com o fim do motor 1.6, passou a ser o sedã mais barato da marca no país.
Graças a este custo/benefício, o Classic durou até mais que a segunda geração do Corsa Sedan, que se despediu em 2012. O velho sedã dos anos 1990 ainda passou por uma reestilização e ganhou airbag duplo e freios ABS na linha 2013, antes de deixar de ser produzido, em 2016.
Kombi permaneceu no mercado brasileiro por nada menos que 63 anos
Esse nem foi só um dos carros mais vendidos do país, como deixou saudades em milhares de entusiastas. A Kombi foi sinônimo de veículo comercial robusto, versátil e de baixo custo por décadas. Tinha capacidade de carga de 1 tonelada e praticamente não teve rivais em seus mais de 60 anos de vida no Brasil.
Essa história começou em 1950, com o Grupo Brasmotor (dono da Brastemp) importando as primeiras unidades da Kombi. As credenciais de veículo comercial “pau para toda a obra” davam as caras com a suspensão independente com robustas barras de torção, chassi em monobloco e o motor traseiro do tipo boxer.
Em 1953 a Brasmotor começa a montar a Kombi em sistema CKD. Quatro anos depois, a Volkswagen assumiu as rédeas e começou a produzir a van em São Bernardo do Campo (SP). O motor 1.2 de 36 cv de potência ainda era importado. Só em 1967 o modelo começaria a ter o motor 1.5 de 52 cv.
Até a despedida, em 2013, com a série especial Last Edition, a Kombi se manteve como referência de veículo para a labuta. Sofreu uma reestilização, recebeu motor 1.6 com injeção eletrônica, passou por mudanças estéticas pontuais, teve novidades mecânicas (como freios a disco) e em 2006 ainda foi equipado com motor 1.4 flex. De longe, foi o comercial mais vendido da história no país.
Corcel foi um grande sucesso da Ford no país
Até os anos 1960 a Ford só vendia carro grande no Brasil queria entrar no segmento de médios. A solução veio com a compra da Willys-Overland, que já tocava o Projeto M, um sedã que seria o Renault 12 na Europa. Por aqui, ganhou carroceria diferente e o emblema oval da marca estadunidense para se chamar Corcel e ser um dos carros mais vendidos do país.
O Corcel foi apresentado em 1969 na configuração quatro portas e equipado com motor 1.3. De cara, se sobressaiu no segmento graças ao bom nível de acabamento e ao espaço interno bem aproveitado. Em 1971, trocou de propulsor e adotou o 1.4 de 85 cv.
A primeira fase do Corcel durou até 1977 e assinalou mais de 650 mil unidades emplacadas. Mas a trajetória do sedã – e as boas vendas – foram honradas pelo Corcel II. Com design mais moderno e dimensões maiores, em apenas 10 meses vendeu mais de 100 mil unidades. Porém, o motor 1.4 estrangulado jogava contra.
Em 1980, o Corcel II passou a ter como opção o 1.6 com câmbio de quatro marchas e 90 cv. Até sua despedida, ainda foi submetido a algumas reestilizações sutis e a um face-lift. O suficiente para somar outras 650 mil unidades e fechar a conta do Corcel com 1,3 milhão de unidades entregues em 16 anos de existência.
Último Fiesta saiu de linha com a desativação da Fábrica da Ford em São Bernardo do Campo (SP)
A Autolatina não fez bem à Ford. Depois da holding, a marca norte-americana perdeu participação de mercado no país e ficou com um portfólio com baixo apelo comercial. Para complicar, a parte Volks da joint-venture implicou com um carro de entrada que a oval azul desenvolvia sobre o Gol. Com o anúncio do fim da parceria, no fim de 1994, a montadora foi à luta para voltar a ter volume e achou no Fiesta a solução.
A marca começou a importar da Espanha a terceira geração global do seu mais famoso compacto, em 1995 – um ano antes de a Autolatina terminar oficialmente. Debutou aqui com motor Endura 1.3 de 60 cv, mas já em 1996 a Ford iniciou a fabricação da quarta geração do hatch em São Bernardo do Campo (SP).
Em 2002 surgiu o Fiesta que alçou o modelo a ser um dos carros mais vendidos do país. Fruto do Projeto Amazon, o hatch, em sua quinta geração, começou a ser fabricado em Camaçari (BA) e ainda serviu de base para o EcoSport. Esse hatch viveu até 2014 e ainda conviveu por um bom tempo com o compacto de sexta geração, que começou no Brasil importado do México. Este se chamava New Fiesta enquanto o velho passou a ser denominado Fiesta Rocam.
O New Fiesta começou a ser produzido no ABC paulista em 2013, dois anos após o lançamento do exemplar mexicano. Manteve os sempre bem dispostos motores da Ford, mas teve até opção de turbo da família Ecoboost. Em 2019, deixou de ser produzido quando a Ford fechou a fábrica de Sâo Bernardo do Campo (SP) e deu os primeiros sinais de que encerraria suas atividades industriais por aqui, o que foi confirmado em janeiro de 2021.
Por que a Ford fechou todas as suas fábricas no Brasil? Boris Feldman explica em vídeo!
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O AutoPapo fez um levantamento dos automóveis que foram mais comercializados em toda a história da indústria automobilística brasileira. Consideramos sempre a soma total aproximada de vendas de cada carro pelo nome, independentemente de mudanças de gerações ou períodos em que ficou sem ser vendido.
Os 10 carros mais vendidos do Brasil
Confira o listão dos 10 carros mais vendidos de todos os tempos no Brasil!
1º. Volkswagen Gol

Entre todos os veículos do listão, o Gol é o único que ainda está em produção
- 6,9 milhões de unidades
- Período: 1980 até hoje
O Gol foi um marco para a Volkswagen no país e até hoje é um fenômeno de vendas mundial. Lançado em 1980 como parte do Projeto BX, já coleciona mais de 8 milhões de unidades produzidas e quase 7 milhões de veículos emplacados no país.
Desde então, foram três gerações e muitas remodelações, além de alguns conjuntos mecânicos emblemáticos e robustos. Com custo de manutenção baixo, fama de mecânica simples e acerto mais firme, por 26 anos seguidos foi o carro mais negociado do Brasil.
A atual geração do Gol foi lançada em 2008. Feito sobre a base do Fox, de 2002, o hatch já dá sinais de cansaço, mas, mesmo assim, fechou 2021 como um dos cinco veículos de passeio mais comercializados. Em 2024, o modelo será substituído por uma nova linha de SUVs pequenos fabricada sobre a plataforma MQB, mas a Volks ainda não decidiu se manterá o nome.
2º. Fiat Uno

Série especial Grazie Mille marcou o fim da produção da primeira geração do Uno
- 3,2 milhões de unidades
- Período: 1984 a 2021
O Uno foi o primeiro projeto global da marca italiana a ser oferecido no país e representou uma espécie de revolução para o segmento de compactos nos anos 1980. A cabine otimizada oferecia espaço interno melhor que o dos concorrentes e o formato botinha ortopédica ainda garantia ao hatch um ótimo coeficiente aerodinâmico.
O modelo ainda foi o grande rival do Gol por décadas e se valeu de vários atributos para ser um dos carros mais vendidos de todos os tempos. Manutenção barata, mecânica simples e versões acessíveis acompanharam o compacto por toda a sua vida. Mesmo convivendo com o Palio depois de 1996, nunca arrefeceu nos emplacamentos.
A Botinha Ortopédica ainda conviveu também com uma segunda geração do Uno, pensada especialmente para o mercado brasileiro e com jeito mais quadradinho. O velho hatch só se despediu em 2014, enquanto o atual deu adeus recentemente, em dezembro de 2021. Ao todo, foram mais de 3,2 milhões de unidades emplacadas durante mais de 35 anos.
3º. Volkswagen Fusca

Unidades do Fusca fabricadas na década de 1990 ganharam o apelido de “Itamar”
- 3 milhões de unidades
- Período: 1959 a 1986 e 1993 a 1996
Até os anos 1980, a paisagem das ruas brasileiras era dominada pelo Fusca. Basta ver fotos da época: só dá o Besouro no trânsito e até nas roças desse país afora. Foi o carro mais vendido do país por várias décadas não só por ser um modelo de entrada, mas também pela mecânica extremamente simples e robusta.
E o carinho que se tem pelo modelo é tão grande que ele serviu até para medidas populistas e agrado político. Depois de se aposentar em 1986, voltou em 1993 a pedido do presidente da República e para ganhar o apelido de Fusca Itamar.
O projeto de Ferdinand Porsche dos anos 1930 para ser um veículo para o povo foi um sucesso mundial e aqui cumpriu seu papel original, com mais de 3 milhões de unidades negociadas. Até hoje, o Fusca é querido no mercado de usados e volta e meia a gente vê um um inteiro por aí.
4º. Fiat Palio

Primeira geração do Palio passou por diversas reestilizações
- 2,5 milhões de unidades
- Período: 1996 a 2017
O Palio foi uma resposta da Fiat ao sucesso do Gol. Projeto global da marca italiana, o modelo chegou aqui em 1996 para brigar forte no segmento de compactos e rapidamente tornou-se um dos carros mais vendidos do Brasil.
Entre as virtudes do Palio, o bom custo benefício, ergonomia eficiente, variedade de versões e suspensão com acerto macio. Assim como o rival, teve variantes perua, picape e sedã e foi redesenhado diversas vezes – algumas remodelações, inclusive, com a assinatura de Giorgetto Giugiaro – e também foi outro que teve duas gerações paralelas.
É que, em 2011 a Fiat lançou por aqui a segunda geração do Palio, mas o veterano hatch continuou na ativa com o sobrenome Fire. Com os dois modelos, a Fiat conseguiu emplacar a linha como o veículo mais vendido do país em 2014, mas a liderança no ano seguinte já ia mudar de rodas: para o Chevrolet Onix. Em 2017, o fabricante tirou o Palio de linha.
5º. Chevrolet Celta

Projeto do Chevrolet foi desenvolvido no Brasil
- 1,7 milhão de unidades
- Período: 2000 a 2015
No fim dos anos 1990 a General Motors viu que precisava expandir ainda mais sua linha de compactos e lançar um modelo de entrada. Em 2000, a montadora começou a produzir em Gravataí (RS) um dos seus carros de maior sucesso no mercado brasileiro: o Celta.
O hatch foi o primeiro modelo do país a ter opção de venda pela internet e nos primeiros anos ofereceu apenas o motor 1.0 de 60 cv e configuração de duas portas. Nos quase 15 anos de trajetória, sempre figurou no pódio dos automóveis de passeio mais vendidos do país, disputando mercado com Gol e Palio e convivendo com outros compactos da própria marca, como as duas gerações do Corsa e, posteriormente, o Onix.
Ao longo dos 15 anos de vida, estreou motor 1.4, o 1.0 teve a potência elevada, ganhou série especial Piquet – em homenagem ao tricampeão de F1 -, além de kits originais de acessórios (com direito até a um “Off-road”). Em 2013, até passou a ser equipado com airbag duplo frontal e freios com ABS, para atender à legislação, mas só durou mais dois anos.
6º. Chevrolet Chevette

Brasil foi o primeiro país a ter o Chevette, que n Europa se chamava Opel Kadett
- 1,6 milhão de unidades
- Período: 1973 a 1993
O Chevette foi um grande salto da General Motors do Brasil nos anos 1970 e, por isso mesmo, tornou-se um dos carros mais vendidos do país de todos os tempos. O Chevrolet nasceu aqui em 1973 como um sedã derivado do Projeto T, que originou a quarta geração do Opel Kadett – curiosamente, o nosso carro foi lançado meses antes do modelo europeu.
Carro de entrada e mais acessível da marca no Brasil, o Chevette também caiu nas graças do mercado com sua mecânica robusta. Com motor 1.4 e tração traseira, ainda era dotado de um câmbio com um dos engates mais macios da história da indústria. Nesta primeira fase teve a variante hatch e série especial GP.
Em 1983, passou por uma profunda remodelação e ficou com jeitão do recém-lançado Monza para ganhar o apelido de Tubarão. Neste mesmo ano, foi o carro mais vendido do país. Esse Chevette ainda recebeu opção de motor 1.6 a álcool e até câmbio automático de três marchas – importado da Austrália -, além de uma série especial inusitada Jeans.
O sedã perdeu fôlego após a abertura das importações. Em 1991, passou a ser vendido apenas na versão DL e, posteriormente, a Junior com motor 1.0 foi posicionada como opção de entrada da Chevrolet no Brasil graças aos benefícios fiscais para modelos com motor até 999 cm³. Em 1993 deixou de ser produzido para abrir espaço para a moderna linha Corsa, que chegou um ano depois.
7º. Chevrolet Corsa Sedan/Classic (Geração 1)

Classic permaneceu no mercado por cerca de 20 anos
- 1,5 milhão de unidades
- Período: 1995 a 2016
O Corsa foi o grande lançamento da GM nos anos 1990 e obviamente a montadora iria repetir a propagação de carrocerias tal qual fez com o Chevette. A derivação sedã do compacto foi um fenômeno de vendas e de perpetuação no mercado, e por isso mesmo virou um dos 10 carros mais vendidos do país.
O três-volumes do Corsa foi desenvolvido no Brasil e lançado em 1995, um ano depois do hatch. Com amplo porta-malas, alternou motores 1.0 8V, 1.0 16V, 1.6, séries especiais e opção de câmbio automático de quatro marchas, virou alternativa versátil no segmento de sedãs compactos.
O bom custo/benefício fez o carro, inclusive, atravessar a segunda geração. O Corsa Sedan II foi lançado em 2002, mas a GM manteve o sedã antigo com o sobrenome Classic. Dois anos depois passou a ser chamado apenas de Classic. Com o fim do motor 1.6, passou a ser o sedã mais barato da marca no país.
Graças a este custo/benefício, o Classic durou até mais que a segunda geração do Corsa Sedan, que se despediu em 2012. O velho sedã dos anos 1990 ainda passou por uma reestilização e ganhou airbag duplo e freios ABS na linha 2013, antes de deixar de ser produzido, em 2016.
8º. Volkswagen Kombi

Kombi permaneceu no mercado brasileiro por nada menos que 63 anos
- 1,5 milhão de unidades
- Período: 1950 a 2013
Esse nem foi só um dos carros mais vendidos do país, como deixou saudades em milhares de entusiastas. A Kombi foi sinônimo de veículo comercial robusto, versátil e de baixo custo por décadas. Tinha capacidade de carga de 1 tonelada e praticamente não teve rivais em seus mais de 60 anos de vida no Brasil.
Essa história começou em 1950, com o Grupo Brasmotor (dono da Brastemp) importando as primeiras unidades da Kombi. As credenciais de veículo comercial “pau para toda a obra” davam as caras com a suspensão independente com robustas barras de torção, chassi em monobloco e o motor traseiro do tipo boxer.
Em 1953 a Brasmotor começa a montar a Kombi em sistema CKD. Quatro anos depois, a Volkswagen assumiu as rédeas e começou a produzir a van em São Bernardo do Campo (SP). O motor 1.2 de 36 cv de potência ainda era importado. Só em 1967 o modelo começaria a ter o motor 1.5 de 52 cv.
Até a despedida, em 2013, com a série especial Last Edition, a Kombi se manteve como referência de veículo para a labuta. Sofreu uma reestilização, recebeu motor 1.6 com injeção eletrônica, passou por mudanças estéticas pontuais, teve novidades mecânicas (como freios a disco) e em 2006 ainda foi equipado com motor 1.4 flex. De longe, foi o comercial mais vendido da história no país.
9º. Ford Corcel

Corcel foi um grande sucesso da Ford no país
- 1,3 milhão de unidades
- Período: 1969 a 1985
Até os anos 1960 a Ford só vendia carro grande no Brasil queria entrar no segmento de médios. A solução veio com a compra da Willys-Overland, que já tocava o Projeto M, um sedã que seria o Renault 12 na Europa. Por aqui, ganhou carroceria diferente e o emblema oval da marca estadunidense para se chamar Corcel e ser um dos carros mais vendidos do país.
O Corcel foi apresentado em 1969 na configuração quatro portas e equipado com motor 1.3. De cara, se sobressaiu no segmento graças ao bom nível de acabamento e ao espaço interno bem aproveitado. Em 1971, trocou de propulsor e adotou o 1.4 de 85 cv.
A primeira fase do Corcel durou até 1977 e assinalou mais de 650 mil unidades emplacadas. Mas a trajetória do sedã – e as boas vendas – foram honradas pelo Corcel II. Com design mais moderno e dimensões maiores, em apenas 10 meses vendeu mais de 100 mil unidades. Porém, o motor 1.4 estrangulado jogava contra.
Em 1980, o Corcel II passou a ter como opção o 1.6 com câmbio de quatro marchas e 90 cv. Até sua despedida, ainda foi submetido a algumas reestilizações sutis e a um face-lift. O suficiente para somar outras 650 mil unidades e fechar a conta do Corcel com 1,3 milhão de unidades entregues em 16 anos de existência.
10º. Ford Fiesta

Último Fiesta saiu de linha com a desativação da Fábrica da Ford em São Bernardo do Campo (SP)
- 1,2 milhão de unidades
- Período: 1995 a 2019
A Autolatina não fez bem à Ford. Depois da holding, a marca norte-americana perdeu participação de mercado no país e ficou com um portfólio com baixo apelo comercial. Para complicar, a parte Volks da joint-venture implicou com um carro de entrada que a oval azul desenvolvia sobre o Gol. Com o anúncio do fim da parceria, no fim de 1994, a montadora foi à luta para voltar a ter volume e achou no Fiesta a solução.
A marca começou a importar da Espanha a terceira geração global do seu mais famoso compacto, em 1995 – um ano antes de a Autolatina terminar oficialmente. Debutou aqui com motor Endura 1.3 de 60 cv, mas já em 1996 a Ford iniciou a fabricação da quarta geração do hatch em São Bernardo do Campo (SP).
Em 2002 surgiu o Fiesta que alçou o modelo a ser um dos carros mais vendidos do país. Fruto do Projeto Amazon, o hatch, em sua quinta geração, começou a ser fabricado em Camaçari (BA) e ainda serviu de base para o EcoSport. Esse hatch viveu até 2014 e ainda conviveu por um bom tempo com o compacto de sexta geração, que começou no Brasil importado do México. Este se chamava New Fiesta enquanto o velho passou a ser denominado Fiesta Rocam.
O New Fiesta começou a ser produzido no ABC paulista em 2013, dois anos após o lançamento do exemplar mexicano. Manteve os sempre bem dispostos motores da Ford, mas teve até opção de turbo da família Ecoboost. Em 2019, deixou de ser produzido quando a Ford fechou a fábrica de Sâo Bernardo do Campo (SP) e deu os primeiros sinais de que encerraria suas atividades industriais por aqui, o que foi confirmado em janeiro de 2021.
Por que a Ford fechou todas as suas fábricas no Brasil? Boris Feldman explica em vídeo!
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