Agora é oficial: a GWM inaugurou sua fábrica em Iracemápolis (SP) e iniciou a produção nacional. Ela é a primeira marca da nova leva de chinesas a nacionalizar seus veículos, passando na frente da BYD — que segue adiando sua inauguração.
A GWM começa suas atividades produzindo o Haval H6 em quatro versões (HEV2, PHEV19, PHEV34 e GT), a caminhonete Poer P30 e o SUV de sete lugares Haval H9. Esses dois últimos são novidades no mercado brasileiro e contam com motor turbodiesel, eles compartilham uma plataforma tradicional com chassi separado da carroceria.
O primeiro carro a sair da linha de montagem foi um Haval H6 GT (Foto: GWM | Divulgação)
O modelo nacional é idêntico ao importado (Foto: GWM | Divulgação)
A Poer P30 e o Haval H9 já estão em produção, mas serão lançados em setembro (Foto: GWM | Divulgação)
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A solenidade de inauguração contou com o Presidente da República Luis Inácio Lula da Silva e seu vice Geraldo Alckmin. O primeiro carro a ser finalizado na linha de montagem foi um Haval H6 GT, que recebeu um adesivo escrito “fabricado no Brasil”.
Segundo Mu Feng, CEO da GWM global, o Brasil ocupa uma posição estratégica para a marca. Ela irá atender toda a América Latina conforme a produção for escalando. Essa é a terceira planta do grupo fora da China, as duas primeiras ficam na Rússia e na Tailândia.
O processo adotado é chamado de "peça a peça", onde os veículos chegam completamente desmontados (Foto: GWM | Divulgação)
Esse processo permite uma nacionalização mais gradual, já confirmaram componentes nacionais ainda no primeiro ano (Foto: GWM | Divulgação)
A planta já começa com capacidade para 50 mil unidades anuais (Foto: GWM | Divulgação)
A fábrica de Iracemápolis foi construída pela Mercedes-Benz em 2014, com inauguração em 2016. Ela encerrou a produção em 2020 e vendeu a unidade para a GWM no ano seguinte, antes mesmo dela começar a importar seus veículos para o Brasil.
A unidade passou por reformas para poder montar os veículos da GWM. Incialmente ela faria apenas a Poer, mas os planos foram alterados para incluir o Haval H6.
Hoje a unidade de Iracemápolis possui 1,2 milhão de m², área construída de 94 mil m² e 600 trabalhadores. Ela começa a operar com capacidade para produzir 50 mil carros anualmente.
A estrutura conta com área de soldagem, linha de pintura robotizada, linha de montagem, sistemas de fornecimento de energia e equipamentos, além de uma cadeia de suprimentos e logística integrada. São feitos mais processos localmente que na unidade da BYD que irá operar em regime SKD, onde os carros chegam em kits pré-montados e já pintados.
O sistema adotado pela GWM no Brasil é chamado de “peça por peça”, que é mais complexo que o próprio CKD. Ainda no primeiro ano de produção terá a incorporação de componentes de fornecedores nacionais.
O tereno possui construída de 94 mil m² e capacidade de expansão (Foto: GWM | Divulgação)
Um centro de engenharia local foi estabelecido para desenvolver novas tecnologias, como motores flex (Foto: GWM | Divulgação)
Nos planos já incluíram as expansões. Até o final de 2025 o quadro de funcionários crescerá para 1.000 postos e o objetivo é chegar a 2.000 trabalhadores. O investimento chegará a R$ 10 bilhões em dez anos, com R$ 4 bi destinados até 2026.
A GWM já possui mais de 110 empresas cadastradas com interesse em fornecer componentes, sendo que 18 já estão participando da produção e do desenvolvimento dos veículos. A marca citou Basf, Bosch, Continental, Dupont e Goodyear dentre essas que estão na ativa.
Ao lado da fábrica será construído o Centro de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) da GWM na América do Sul. Ele contará com 60 técnicos e engenheiros, que irão atual no desenvolvimento e testes dos produtos locais.
A primeira tarefa deles é criar motores flex para os modelos híbridos e acertar os carros para as condições de rodagem do Brasil. A GWM também estabeleceu parcerias com institutos de pesquisa e coopera com universidades para desenvolver tecnologias, formar profissionais de nível técnico e até doutores.
Todas as quatro versões do Haval H6 foram nacionalizadas (Foto: GWM | Divulgação)
O primeiro carro a sair da linha de montagem da GWM em Iracemápolis foi um Haval H6 GT, idêntico ao importado. Essa família de SUVs médios híbridos foi nacionalizada sem mudanças.
A versão HEV2 utiliza um sistema híbrido pleno, sem recarga externa. Ela combina um motor 1.5 turbo a gasolina com um elétrico, que entregam 243 cv e 54 kgfm em conjunto. O câmbio possui apenas duas marchas.
O Haval H6 PHEV19 é o híbrido plug-in de entrada, com o mesmo 1.5 turbo e um motor elétrico mais forte, que totalizam em 326 cv e 54 kgfm. Sua bateria é de 19 kWh, que resulta em 74 km de autonomia.
Os modelos PHEV34 e GT utilizam o mesmo conjunto mecânico, com o 1.5 turbo e dois motores elétricos, sendo um para cada eixo. Em conjunto rendem 393 cv e 77,7 kgfm, que fazem o SUV acelerar de zero a 100 km/h em 4,9 segundos.
O Haval H9 e a Poer P30 utilizam chassi, motor 2.4 diesel e tração 4×4 com reduzidas, são as apostas para um público mais tradicional (Foto: GWM | Divulgação)
A bateria deles é de 34 kWh, a maior usada em um híbrido plug-in vendido no Brasil. A autonomia é de 113 km, também a maior para essa propulsão. A diferença entre o PHEV34 e o GT está no estilo, com o segundo sendo um SUV cupê e contando também com desenho exclusivo na dianteira.
Já a picape Poer P30 e o SUV Haval H9 não foram lançados ainda, a GWM programou a estreia deles no mercado para setembro. Ela confirmou apenas que usarão motor 2.4 turbodiesel, tração 4×4 com reduzida e câmbio automático de 9 marchas.
Ambos são modelos mais tradicionais, com eixo rígido na traseira e construídos sobre chassi. O alvo é a dupla da Toyota, Hilux e SW4. A escolha por vender com motor diesel foi bem acertada após o fiasco da BYD Shark, mas há planos de versões híbridas para o futuro com o conjunto do Tank 300.
A GWM planeja produzir outros modelos no Brasil futuramente, mas de início serão essas três linhas. A marca já faz sucesso com o Haval H6 e está com um pós-venda bem estruturado, tudo indica que está caminhando para ficar bem estabelecida no país.
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A GWM começa suas atividades produzindo o Haval H6 em quatro versões (HEV2, PHEV19, PHEV34 e GT), a caminhonete Poer P30 e o SUV de sete lugares Haval H9. Esses dois últimos são novidades no mercado brasileiro e contam com motor turbodiesel, eles compartilham uma plataforma tradicional com chassi separado da carroceria.

O primeiro carro a sair da linha de montagem foi um Haval H6 GT (Foto: GWM | Divulgação)

O modelo nacional é idêntico ao importado (Foto: GWM | Divulgação)

A Poer P30 e o Haval H9 já estão em produção, mas serão lançados em setembro (Foto: GWM | Divulgação)
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A solenidade de inauguração contou com o Presidente da República Luis Inácio Lula da Silva e seu vice Geraldo Alckmin. O primeiro carro a ser finalizado na linha de montagem foi um Haval H6 GT, que recebeu um adesivo escrito “fabricado no Brasil”.
Segundo Mu Feng, CEO da GWM global, o Brasil ocupa uma posição estratégica para a marca. Ela irá atender toda a América Latina conforme a produção for escalando. Essa é a terceira planta do grupo fora da China, as duas primeiras ficam na Rússia e na Tailândia.
Como é a produção nacional da GWM

O processo adotado é chamado de "peça a peça", onde os veículos chegam completamente desmontados (Foto: GWM | Divulgação)

Esse processo permite uma nacionalização mais gradual, já confirmaram componentes nacionais ainda no primeiro ano (Foto: GWM | Divulgação)

A planta já começa com capacidade para 50 mil unidades anuais (Foto: GWM | Divulgação)
A fábrica de Iracemápolis foi construída pela Mercedes-Benz em 2014, com inauguração em 2016. Ela encerrou a produção em 2020 e vendeu a unidade para a GWM no ano seguinte, antes mesmo dela começar a importar seus veículos para o Brasil.
A unidade passou por reformas para poder montar os veículos da GWM. Incialmente ela faria apenas a Poer, mas os planos foram alterados para incluir o Haval H6.
Hoje a unidade de Iracemápolis possui 1,2 milhão de m², área construída de 94 mil m² e 600 trabalhadores. Ela começa a operar com capacidade para produzir 50 mil carros anualmente.
A estrutura conta com área de soldagem, linha de pintura robotizada, linha de montagem, sistemas de fornecimento de energia e equipamentos, além de uma cadeia de suprimentos e logística integrada. São feitos mais processos localmente que na unidade da BYD que irá operar em regime SKD, onde os carros chegam em kits pré-montados e já pintados.
O sistema adotado pela GWM no Brasil é chamado de “peça por peça”, que é mais complexo que o próprio CKD. Ainda no primeiro ano de produção terá a incorporação de componentes de fornecedores nacionais.
Já possui fornecedores locais e irá desenvolver motor flex

O tereno possui construída de 94 mil m² e capacidade de expansão (Foto: GWM | Divulgação)

Um centro de engenharia local foi estabelecido para desenvolver novas tecnologias, como motores flex (Foto: GWM | Divulgação)
Nos planos já incluíram as expansões. Até o final de 2025 o quadro de funcionários crescerá para 1.000 postos e o objetivo é chegar a 2.000 trabalhadores. O investimento chegará a R$ 10 bilhões em dez anos, com R$ 4 bi destinados até 2026.
A GWM já possui mais de 110 empresas cadastradas com interesse em fornecer componentes, sendo que 18 já estão participando da produção e do desenvolvimento dos veículos. A marca citou Basf, Bosch, Continental, Dupont e Goodyear dentre essas que estão na ativa.
Ao lado da fábrica será construído o Centro de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) da GWM na América do Sul. Ele contará com 60 técnicos e engenheiros, que irão atual no desenvolvimento e testes dos produtos locais.
A primeira tarefa deles é criar motores flex para os modelos híbridos e acertar os carros para as condições de rodagem do Brasil. A GWM também estabeleceu parcerias com institutos de pesquisa e coopera com universidades para desenvolver tecnologias, formar profissionais de nível técnico e até doutores.
Os carros nacionais da GWM

Todas as quatro versões do Haval H6 foram nacionalizadas (Foto: GWM | Divulgação)
O primeiro carro a sair da linha de montagem da GWM em Iracemápolis foi um Haval H6 GT, idêntico ao importado. Essa família de SUVs médios híbridos foi nacionalizada sem mudanças.
A versão HEV2 utiliza um sistema híbrido pleno, sem recarga externa. Ela combina um motor 1.5 turbo a gasolina com um elétrico, que entregam 243 cv e 54 kgfm em conjunto. O câmbio possui apenas duas marchas.
O Haval H6 PHEV19 é o híbrido plug-in de entrada, com o mesmo 1.5 turbo e um motor elétrico mais forte, que totalizam em 326 cv e 54 kgfm. Sua bateria é de 19 kWh, que resulta em 74 km de autonomia.
Os modelos PHEV34 e GT utilizam o mesmo conjunto mecânico, com o 1.5 turbo e dois motores elétricos, sendo um para cada eixo. Em conjunto rendem 393 cv e 77,7 kgfm, que fazem o SUV acelerar de zero a 100 km/h em 4,9 segundos.

O Haval H9 e a Poer P30 utilizam chassi, motor 2.4 diesel e tração 4×4 com reduzidas, são as apostas para um público mais tradicional (Foto: GWM | Divulgação)
A bateria deles é de 34 kWh, a maior usada em um híbrido plug-in vendido no Brasil. A autonomia é de 113 km, também a maior para essa propulsão. A diferença entre o PHEV34 e o GT está no estilo, com o segundo sendo um SUV cupê e contando também com desenho exclusivo na dianteira.
Já a picape Poer P30 e o SUV Haval H9 não foram lançados ainda, a GWM programou a estreia deles no mercado para setembro. Ela confirmou apenas que usarão motor 2.4 turbodiesel, tração 4×4 com reduzida e câmbio automático de 9 marchas.
Ambos são modelos mais tradicionais, com eixo rígido na traseira e construídos sobre chassi. O alvo é a dupla da Toyota, Hilux e SW4. A escolha por vender com motor diesel foi bem acertada após o fiasco da BYD Shark, mas há planos de versões híbridas para o futuro com o conjunto do Tank 300.
A GWM planeja produzir outros modelos no Brasil futuramente, mas de início serão essas três linhas. A marca já faz sucesso com o Haval H6 e está com um pós-venda bem estruturado, tudo indica que está caminhando para ficar bem estabelecida no país.
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