O Ministério de Minas e Energia anunciou que pretende elevar o percentual de etanol no litro da gasolina dos atuais 27% para 30%, a gasolina E30. E para defender a medida, a pasta encomendou um estudo técnico ao Instituto Mauá para aferir como a nova mistura se comporta nos motores a gasolina.
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O instituto afirma que aplicou os ensaios com até 32% de mistura de etanol ao litro da gasolina, superando a tolerância de 1% permitida na formulação. E mesmo assim, os motores funcionaram corretamente.
O estudo envolveu 16 modelos fabricados entre 1994 e 2024 com motores 1.0 a 2.5. Também foram analisadas motocicletas produzidas entre 2004 e 2024.
O último carro a receber injeção eletrônica foi a Kombi, em 1997, o que indica que ainda há muitos veículos que poderão sofrer com a E30 (Foto: VW | Divulgação)
Nos automóveis, o aumento do percentual não apresentou alterações no comportamento. No entanto, com motores modernos, o acréscimo do percentual de álcool é atenuado pela injeção eletrônica, mas o calo irá apertar para carros antigos, que utilizam carburadores, assim como motocicletas que são abastecidas apenas com gasolina.
E as motocicletas realmente apresentaram problemas, principalmente na partida a frio da moto. Mas o próprio instituto garante que a dificuldade em dar a partida em alguns modelos não seria impedimento para a adoção do E30.
A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) vê a medida com preocupação.
Inclusive, a entidade deverá manifestar seu temor pelos possíveis danos e prejuízo aos consumidores.
No estudo foram utilizados veículos fabricados entre 1994 e 2024, mas em meados dos anos praticamente a Kombi era a única opção com carburador
A análise do Instituto Mauá foi minuciosa com diferentes baterias de testes em condições que simulam o uso cotidiano dos veículos.
No entanto, é preciso verificar que os carros analisados, em sua grande maioria, são equipados com injeção eletrônica. O carburador deixou de ser utilizado em 1997, quando a Kombi deixou de usar o sistema de alimentação.
Assim, o estudo do Instituto Mauá deixa no escuro proprietários de modelos mais velhos, que ainda são equipados com carburadores que podem ter falhas de funcionamento. Apesar de a frota dos velhinhos encolher a cada ano, há muitos motoristas que ainda dependem desses carros e não podem trocá-los por modelos mais novos.
Assim, para motoristas de modelos carburados, assim como motociclistas, a solução para evitar falhas de funcionamento em seus veículos seria o uso de gasolina premium. A opção manterá os 25% de etanol no litro da gasolina.
O problema é o preço, cerca de 30% a 40% maior que o litro da gasolina comum, segundo as próprias distribuidoras. Assim, para o motorista que não pode comprar um carro mais novo, ou o motociclista que tira o sustento diante do guidão, utilizar a gasolina premium definitivamente não será solução.
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O instituto afirma que aplicou os ensaios com até 32% de mistura de etanol ao litro da gasolina, superando a tolerância de 1% permitida na formulação. E mesmo assim, os motores funcionaram corretamente.
O estudo envolveu 16 modelos fabricados entre 1994 e 2024 com motores 1.0 a 2.5. Também foram analisadas motocicletas produzidas entre 2004 e 2024.

O último carro a receber injeção eletrônica foi a Kombi, em 1997, o que indica que ainda há muitos veículos que poderão sofrer com a E30 (Foto: VW | Divulgação)
Nos automóveis, o aumento do percentual não apresentou alterações no comportamento. No entanto, com motores modernos, o acréscimo do percentual de álcool é atenuado pela injeção eletrônica, mas o calo irá apertar para carros antigos, que utilizam carburadores, assim como motocicletas que são abastecidas apenas com gasolina.
E as motocicletas realmente apresentaram problemas, principalmente na partida a frio da moto. Mas o próprio instituto garante que a dificuldade em dar a partida em alguns modelos não seria impedimento para a adoção do E30.
A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) vê a medida com preocupação.
Inclusive, a entidade deverá manifestar seu temor pelos possíveis danos e prejuízo aos consumidores.
Carros carburados sofreram com E30

No estudo foram utilizados veículos fabricados entre 1994 e 2024, mas em meados dos anos praticamente a Kombi era a única opção com carburador
A análise do Instituto Mauá foi minuciosa com diferentes baterias de testes em condições que simulam o uso cotidiano dos veículos.
No entanto, é preciso verificar que os carros analisados, em sua grande maioria, são equipados com injeção eletrônica. O carburador deixou de ser utilizado em 1997, quando a Kombi deixou de usar o sistema de alimentação.
Assim, o estudo do Instituto Mauá deixa no escuro proprietários de modelos mais velhos, que ainda são equipados com carburadores que podem ter falhas de funcionamento. Apesar de a frota dos velhinhos encolher a cada ano, há muitos motoristas que ainda dependem desses carros e não podem trocá-los por modelos mais novos.
Solução para o E30 e a gasolina premium
Assim, para motoristas de modelos carburados, assim como motociclistas, a solução para evitar falhas de funcionamento em seus veículos seria o uso de gasolina premium. A opção manterá os 25% de etanol no litro da gasolina.
O problema é o preço, cerca de 30% a 40% maior que o litro da gasolina comum, segundo as próprias distribuidoras. Assim, para o motorista que não pode comprar um carro mais novo, ou o motociclista que tira o sustento diante do guidão, utilizar a gasolina premium definitivamente não será solução.
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