A Jeep seguramente é a marca que colocou os veículos utilitários no mercado. Desde o projeto GP, que gerou o Jipe da Segunda Guerra e suas posteriores versões civis, a marca das sete fendas definiu o segmento de veículos 4×4 e posteriormente definiu as formas do utilitário-esportivo (SUV), como o Jeep Compass.
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E apesar de definir conceitos e ter um dos designs mais icônicos da indústria (em âmbito geral), muitas tentativas da Jeep foram desastrosas. E uma delas foi justamente com o Compass.
A combinação de elementos pétreos dos modelos Jeep, como o formato do para-lamas destoava com o porte compacto do restante da carroceria
O Compass é um dos maiores sucessos da marca no mercado brasileiro. Ele já foi líder geral no segmento SUV, superando modelos compactos com preços mais palatáveis.
Não há como negar que o SUV é bonitão, um dos modelos mais atraentes da marca. Mas sua primeira geração era simplesmente bisonha.
Apresentado no Salão de Detroit de 2006, o Compass era a opção para se posicionar abaixo do Cherokee, como opção de entrada. Naquela época a Chrysler vivia seu tórrido casamento com a Daimler-Benz.
Norte-americanos e alemães se digladiavam para deixar a porção americana do matrimônio mais rentável. Uma solução foi desenvolver produtos que poderiam compartilhar plataforma com diferentes modelos.
Para desenvolver o modelo foi utilizada a base Chrysler PM/MK, que também era utilizada com a Mitsubishi, que por sua vez chamava de Plataforma GS (Projeto Global). A japonesa utilizou a base nos modelos Lancer e Outlander.
E ela ainda foi empregada em modelos como Peugeot 4008, Citroën C4 Aircross, Dodge Journey (e seu clone Fiat Freemont) e até mesmo no Lancia Flavia, que era uma versão cabriolet do Chrysler 200. Ou seja, uma base para uma grande variedade de modelos, que apesar das possibilidades de ajustes, há limitações (hard points) que não podem ser ultrapassadas e acabam penalizando na forma.
Plataforma utilizada no Compass foi empregada em modelos de várias marcas, como Dodge, Fiat, Mitsubishi, Peugeot e Citroën
O problema é que a turma de Detroit não tinha a mão muito boa para desenhar. Os designers passaram muitos anos fazendo seus modelos quadrados, inspirados no Wrangler e na primeira geração do Cherokee. E o Compass era uma tragédia estética.
A Jeep queria dar um ar mais urbano para o modelo, mas não abria mão de recursos como os paralamas trapezoidais. A estranha coluna C triangular roubava muito do campo de visão. As lanternas eram desproporcionais e a parte frontal, um desastre completo.
Os faróis circulares faziam referência ao Wrangler, assim como a grade de sete fendas bastante alongada. As luzes de direção nas extremidades formavam um olhar triste.
E se não bastasse o carro era pesado e manco, equipado com motor 2.0 de 158 cv ou o beberrão 2.4 de 172 cv. Para o mercado europeu, ele contava com opção 2.0 turbodiesel de 140 cv, fornecido pela VW. Ele poderia vir equipado com caixa manual de cinco marchas, CVT ou duas automáticas, por conversor de torque, com seis velocidades.
Em 2011, a Jeep aplicou uma plástica corretiva. Ela resolveu o problema frontal de estilo, mas a carroceria ainda estava dentro do cronograma de vida útil. Ele ficou com uma carinha do Grand Cherokee da época.
Plástica de meia idade deixou o Compass mais simpático e ajudou a ampliar suas vendas nos EUA e outros mercados
Apesar de contar com versão 4×4, como todo Jeep da época, as versões com tração 4×2 irritaram os fãs mais puristas da marca. Hoje, isso não é problema, mas há quase 20 anos era uma heresia. E para piorar, o SUV foi castigado nos testes do Euro NCAP, com apenas duas estrelas.
Em 2012, logo após a Fiat comprar 58,5% das ações do combalido Grupo Chrysler, que ainda vivia a ressaca do divórcio com a Mercedes, o modelo chegou ao Brasil e vendeu cerca de 3 mil unidades em entre 2012 e 2015. Para o público brasileiro o Compass era o caminho mais barato de ter um Jeep, uma vez que o Grand Cherokee era caríssimo. Mas o visual e o desempenho estavam aquém do status que o irmão maior oferecia.
Com a formação da Fiat-Chrysler (FCA), o Compass teve sua redenção. Os italianos resolveram levar seu amplo conhecimento em estética para dar forma ao SUV. O design era elegante e muito bem resolvido. O Compass ainda serviria de base para o desenvolvimento do Commander.
A mudança foi da água para o vinho, graças ao auxílio dos designers piemonteses
O lançamento mundial foi no Brasil, como terceiro modelo da FCA (atual Stellantis) produzido na planta de Goiana (PE). E o resultado é o que todos nós conhecemos.
A nova geração fez do Compass um modelo de penetração global. Enquanto a primeira geração tinha uma média de vendas de 50 mil unidades, o volume saltou para 400 mil em 2018.
A terceira geração do SUV, foi revelada há pouco tempo, e tem linhas assinadas por Daniele Calonaci, que é Head de Design da Jeep. O estilo ficou mais musculoso, como se fosse um Grand Cherokee em escala. Só que desta vez, a proposta deu muito certo.
Novo Jeep Compass 2026 tem estilo anabolizado que remete a atual geração do Grand Cherokee
já chegou ao mercado, no Velho Mundo. Seu lançamento por aqui ainda demora. O modelo deve fazer sua estreia em 2028.
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E apesar de definir conceitos e ter um dos designs mais icônicos da indústria (em âmbito geral), muitas tentativas da Jeep foram desastrosas. E uma delas foi justamente com o Compass.

A combinação de elementos pétreos dos modelos Jeep, como o formato do para-lamas destoava com o porte compacto do restante da carroceria
O Compass é um dos maiores sucessos da marca no mercado brasileiro. Ele já foi líder geral no segmento SUV, superando modelos compactos com preços mais palatáveis.
Não há como negar que o SUV é bonitão, um dos modelos mais atraentes da marca. Mas sua primeira geração era simplesmente bisonha.
O Compass nasceu muito feio
Apresentado no Salão de Detroit de 2006, o Compass era a opção para se posicionar abaixo do Cherokee, como opção de entrada. Naquela época a Chrysler vivia seu tórrido casamento com a Daimler-Benz.
Norte-americanos e alemães se digladiavam para deixar a porção americana do matrimônio mais rentável. Uma solução foi desenvolver produtos que poderiam compartilhar plataforma com diferentes modelos.
Para desenvolver o modelo foi utilizada a base Chrysler PM/MK, que também era utilizada com a Mitsubishi, que por sua vez chamava de Plataforma GS (Projeto Global). A japonesa utilizou a base nos modelos Lancer e Outlander.
E ela ainda foi empregada em modelos como Peugeot 4008, Citroën C4 Aircross, Dodge Journey (e seu clone Fiat Freemont) e até mesmo no Lancia Flavia, que era uma versão cabriolet do Chrysler 200. Ou seja, uma base para uma grande variedade de modelos, que apesar das possibilidades de ajustes, há limitações (hard points) que não podem ser ultrapassadas e acabam penalizando na forma.

Plataforma utilizada no Compass foi empregada em modelos de várias marcas, como Dodge, Fiat, Mitsubishi, Peugeot e Citroën
O problema é que a turma de Detroit não tinha a mão muito boa para desenhar. Os designers passaram muitos anos fazendo seus modelos quadrados, inspirados no Wrangler e na primeira geração do Cherokee. E o Compass era uma tragédia estética.
A Jeep queria dar um ar mais urbano para o modelo, mas não abria mão de recursos como os paralamas trapezoidais. A estranha coluna C triangular roubava muito do campo de visão. As lanternas eram desproporcionais e a parte frontal, um desastre completo.
Os faróis circulares faziam referência ao Wrangler, assim como a grade de sete fendas bastante alongada. As luzes de direção nas extremidades formavam um olhar triste.
E se não bastasse o carro era pesado e manco, equipado com motor 2.0 de 158 cv ou o beberrão 2.4 de 172 cv. Para o mercado europeu, ele contava com opção 2.0 turbodiesel de 140 cv, fornecido pela VW. Ele poderia vir equipado com caixa manual de cinco marchas, CVT ou duas automáticas, por conversor de torque, com seis velocidades.
Plástica corretiva
Em 2011, a Jeep aplicou uma plástica corretiva. Ela resolveu o problema frontal de estilo, mas a carroceria ainda estava dentro do cronograma de vida útil. Ele ficou com uma carinha do Grand Cherokee da época.

Plástica de meia idade deixou o Compass mais simpático e ajudou a ampliar suas vendas nos EUA e outros mercados
Apesar de contar com versão 4×4, como todo Jeep da época, as versões com tração 4×2 irritaram os fãs mais puristas da marca. Hoje, isso não é problema, mas há quase 20 anos era uma heresia. E para piorar, o SUV foi castigado nos testes do Euro NCAP, com apenas duas estrelas.
Em 2012, logo após a Fiat comprar 58,5% das ações do combalido Grupo Chrysler, que ainda vivia a ressaca do divórcio com a Mercedes, o modelo chegou ao Brasil e vendeu cerca de 3 mil unidades em entre 2012 e 2015. Para o público brasileiro o Compass era o caminho mais barato de ter um Jeep, uma vez que o Grand Cherokee era caríssimo. Mas o visual e o desempenho estavam aquém do status que o irmão maior oferecia.
Vida nova para o Compass
Com a formação da Fiat-Chrysler (FCA), o Compass teve sua redenção. Os italianos resolveram levar seu amplo conhecimento em estética para dar forma ao SUV. O design era elegante e muito bem resolvido. O Compass ainda serviria de base para o desenvolvimento do Commander.

A mudança foi da água para o vinho, graças ao auxílio dos designers piemonteses
O lançamento mundial foi no Brasil, como terceiro modelo da FCA (atual Stellantis) produzido na planta de Goiana (PE). E o resultado é o que todos nós conhecemos.
A nova geração fez do Compass um modelo de penetração global. Enquanto a primeira geração tinha uma média de vendas de 50 mil unidades, o volume saltou para 400 mil em 2018.
A terceira geração do SUV, foi revelada há pouco tempo, e tem linhas assinadas por Daniele Calonaci, que é Head de Design da Jeep. O estilo ficou mais musculoso, como se fosse um Grand Cherokee em escala. Só que desta vez, a proposta deu muito certo.

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já chegou ao mercado, no Velho Mundo. Seu lançamento por aqui ainda demora. O modelo deve fazer sua estreia em 2028.
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