Notícia Opala caracterizado como SS pela GM vira alvo de polêmica

O Chevrolet Opala é um dos carros mais queridos do Brasil, mesmo não sendo um dos mais vendidos. Sua versão SS marcou os anos 70 pelo desempenho em pistas de corrida e nas ruas, enquanto os modelos de luxo Comodoro e Diplomata levaram muitas pessoas importantes no banco traseiro.

Quando a General Motors do Brasil anunciou o programa Vintage, como parte da celebração de seu centenário, fez questão de incluir o Opala SS. Na última quarta (1º) foram mostrados os primeiros resultados prontos e um em andamento.

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Para quem não está acompanhando desde o início, o programa Vintage da GM propõe restaurar 10 carros nacionais importantes da marca. Alguns serão focados na originalidade, enquanto outros serão restomod. O Opala apresentado é o segundo caso.

O trabalho será feito por oficinas especializadas, com a engenharia da General Motors acompanhando o processo e validando os carros. Ao final, todos os 10 serão leiloados.

O Opala SS que não é SS

GM Vintage Chevrolet Opala 1979 Omega S10 Rally Monza 500 EF

Ele fez parte da primeira “fornada” do programa Vintage (Foto: Chevrolet | Divulgação)

A comunidade antigomobilista não recebeu bem o Chevrolet Opala caracterizado como SS que faz parte do programa Vintage. O carro recebeu várias críticas nas redes sociais e fomos atrás de entender o motivo da ira.

O que não foi criticado foi esmero do trabalho feito pela oficina Batistinha Garage. Apesar de ser mais famosa por trabalhar com carros da Ford, seu trabalho no Opala foi cuidadoso e usando componentes de qualidade.

Segundo Gustavo Brasil, empresário antigomobilista, o fator que incomodou mais no meio foi a caracterização. O carro é tratado como um SS 1979, mas a estética não segue a original desse ano. Pela descrição, o público esperava algo mais próximo de um Opala SS 1979 original, mas a Chevrolet seguiu outro caminho.

Consultamos Marcelo Monteiro, restaurador especialista em Opala da oficina Delino’s Garage, para saber onde ele se diferencia de um SS de 1979. Ele disse que as faixas foram as partes mais fiéis na caracterização.

A ausência de cromados e a ausência de emblemas fogem da caracterização original de um SS. Sem contar que a cor também não faz parte do catálogo oficial da Chevrolet.

Como é o restomod da GM


Segundo o material oficial da General Motors, esse Opala caracterizado como SS foi um restomod. Esse termo retrata uma linha de personalização que busca modernizar um carro antigo sem perder a essência original, para torná-lo mais usável no dia a dia.

O carro que serviu de base foi um Opala cupê que não era SS originalmente. A lista de modificações feitas pela Batistinha Garagem é bastante grande.

O motor 4.1 de seis cilindros em linha recebeu injeção eletrônica programável Fueltech, que possui seu computador escondido no porta-luvas e coletor de escape 6×2 em aço inox. Para melhorar a convivência, vieram suspensão recalibrada, freios a disco de alta performance, câmbio manual Tremec de cinco marchas, direção hidráulica, ar-condicionado e cintos de três pontos.

O interior recebeu acabamento em materiais mais refinados que os usados originalmente, mas de aparência similar. O volante esportivo é da brasileira Lotse e os bancos são em couro.

Na caracterização externa foi eliminado todos os cromados. A intenção foi evocar os carros esportivos modernos, que apostam nesse visual escurecido. A pintura verde sólida é uma alusão aos 100 anos de Brasil da GM.

Segundo o release da Chevrolet, o Opala foi atualizado sem perder sua essência. Mas pelo que já vimos, os fãs não pensam assim.

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