Produção cresce, mas mercado segue instável e alta do ano não deve passar de 5%
Texto: Marcos Camargo
A indústria automotiva brasileira deve encerrar 2025 sem atingir as metas de vendas projetadas no início do ano, segundo balanço atualizado da Anfavea. Embora a produção tenha avançado, especialmente entre os veículos leves, o mercado interno não acompanhou o mesmo ritmo. Juros elevados, menor poder de compra e a cautela de consumidores e empresas em renovar a frota limitaram o desempenho do varejo.
Previsões não se confirmaram
A expectativa inicial da Anfavea era encerrar 2025 com cerca de 2,7 milhões de unidades produzidas, o que representaria um crescimento de 7,8%. No entanto, o setor opera abaixo dessa projeção e deve fechar o ano com uma expansão mais modesta.
Ao longo de 2025, o governo federal adotou medidas para estimular o setor, entre elas o programa Mover, que prevê quase R$ 20 bilhões para ações de descarbonização e modernização da produção, e o IPI Verde, que reduz a alíquota do imposto para veículos mais eficientes. Mesmo com os incentivos, o impacto sobre as vendas foi limitado no curto prazo.
De janeiro a novembro, a produção de veículos leves somou 2,3 milhões de unidades, alta de 5% sobre o mesmo período de 2024. O resultado confirma a relevância do segmento, mas não altera a perspectiva de que o setor ficará abaixo das metas originais de vendas.
Caminhões recuam 9%
O segmento de veículos pesados expõe com mais clareza as dificuldades do mercado. A produção de caminhões acumula queda de 9% no ano, com 118 mil unidades fabricadas. O recuo é atribuído ao crédito caro, à demanda reprimida e ao adiamento de investimentos em logística. Apesar de momentos pontuais de melhora, o setor não conseguiu reverter a tendência negativa.
Ônibus registram alta
Já os chassis de ônibus tiveram desempenho positivo. Foram 27,4 mil unidades produzidas no acumulado do ano, crescimento de 5,5%. A alta é explicada pela renovação de frotas municipais e regionais e pela contratação de serviços intermunicipais e interestaduais. Mesmo assim, o avanço do segmento não compensa a queda nos caminhões.
Diante desse cenário, a Anfavea projeta que o setor encerrará o ano com vendas abaixo do previsto. Para a entidade, fatores macroeconômicos e a desaceleração nos financiamentos seguem como principais obstáculos. As montadoras, porém, mantêm seus programas de investimento e preparam novos produtos para 2026, apostando em um ambiente de consumo mais favorável.
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