Notícia Etanol em motores com injeção direta: dá problema ou não?

A injeção direta está cada vez mais popular no mercado brasileiro. Ela chegou durante os anos 2000 em carros importados movidos apenas a gasolina, em 2013 veio a terceira geração do Focus como o primeiro flex a usar esse sistema no mundo. Mas nos últimos anos o etanol foi taxado como o vilão desses motores.

Os motores TSI da Volkswagen foram os primeiros a viralizar devido a problemas após usar muito etanol. Ele foi um dos motores mais populares de seu tempo a ser flex e com esse sistema de injeção, o que explica a quantidade maior de relatos.

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Agora em 2025 veio a tona que o Toyota Corolla da atual geração também não se dá bem com o combustível de origem vegetal. O sedã que construiu sua fama com a confiabilidade como um dos pilares está com problemas por usar bicos injetores inapropriados para rodar com etanol.

O que é dito nas oficinas

volkswagen golf tsi 5 door 2018 cinza frente em movimento

Os carros da VW com motor TSI são os que apresentam mais problemas nos injetores e na bomba de alta (Foto: Volkswagen | Divulgação)

O AutoPapo consultou Ludovico Ballesteros, mecânico experiente e proprietário da Pitucha Centro Automotivo. Ele recebe muitos carros recentes em sua oficina e já possui experiência com modelos equipados com injeção direta.

Segundo o especialista, os carros que mais apresentam problemas com o etanol são os da Volkswagen equipados com motor TSI. Os modelos da Stellantis também estão com problemas recorrentes, assim como o Chevrolet Cruze 1.4 turbo.

Ele explica que as falhas mais comuns causadas pelo etanol são na bomba de alta pressão e nos bicos injetores. Esses defeitos são mais comuns em carros que rodam mais em cidade, os que ficam mais na estrada apresentam menos falhas.

Questionamos se os motores aspirados com injeção direta também estão sofrendo com o etanol. Segundo Ludovico, eles podem apresentar problemas nos bicos e nas velas. Porém o reparo é mais barato e, por isso, não há tanta reclamação online.

A recomendação do especialista


Para Ludovico, o ideal é evitar usar o etanol em motores com injeção direta. Mas se for usar, coloque um aditivo da própria montadora a cada dois tanques para proteção.

As montadoras estão preparando melhor os motores

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Honda e Renault alegam que seus injetores recebem tratamento para lidar melhor com o etanol (Foto: Honda | Divulgação)

Os fabricantes parecem estar atentos a esses relatos e começaram a divulgar mais sobre a preparação de seus motores para rodar com o etanol. A Horse, joint-venture entre a Renault e a Geely para a produção de motores, afirmou que os bico injetores do 1.3 turbo usado no Duster é preparado para receber esse combustível.

A Honda também frisou isso durante o lançamento do WR-V, que utiliza o mesmo 1.5 aspirado com injeção direta da linha City e do HR-V. Os bicos desse motor possuem revestimento especial para obter a durabilidade que o fabricante preconiza para seus carros

Consultamos também a Volkswagen, que emitiu a seguinte resposta:

Em todo o conjunto, os materiais dos injetores sofreram alteração de composição e tratamento superficial para suportar o combustível, bem como a calibração do motor, que regula os pulsos e a pressão de trabalho quando em operação com etanol. Com esses ajustes, foi possível assegurar a durabilidade do conjunto, mesmo rodando apenas com etanol.

Atualmente, a Volkswagen, a Stellantis e a Chevrolet recomendam também abastecer com um tanque de gasolina após rodar 10 mil km apenas no etanol. Essa medida é sugerida para limpar o sistema de injeção.

Como o etanol é considerado um combustível mais “seco” que a gasolina, ele não lubrifica os bicos da mesma forma. A água em sua mistura não causa corrosão em carros flex pois eles já possuem tratamento para evitar isso.

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