Os carros modernos não são mais um amontoado de aço, plástico e borracha, os avanços da tecnologia permitiram o uso de novos materiais. O mais comum a adentrar nas linhas de produção é o plástico, que é usado desde os acabamentos e já chegou em componentes mecânicos.
Quando os engenheiros estão inspirados, alguns materiais bastante incomuns aparecem nos carros. Muitas vezes são para atingir algum parâmetro técnico, mas também podem estar lá apenas para serem diferentes.
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A marca começou a usar no Brasil, mas estendeu para a Europa (Foto: Mercedes-Benz | Divulgação)
A Mercedes-Benz é uma marca premium e com tradição em fazer carros duráveis, o que implica em adotar materiais nobres. Mas nos anos 90 ela começou a utilizar a fibra de coco no banco de seus caminhões produzidos no Brasil para deixá-los mais sustentáveis.
O uso desse material foi estendido para o Classe A nacional e ela chegou a abrir uma indústria focada na fibra de coco no Pará. Essa tendência chegou aos modelos europeus, por causar menor impacto ambiental que os derivados do petróleo e por permitir fazer almofadas menores.
O fundo do porta-malas era feito em MDF, enquanto o teto era em fibra de carbono (Foto: BMW | Divulgação)
Os carros já usaram muita madeira no passado, incluindo na carroceria. Mas hoje esse material virou acabamento para o painel em carros de luxo e também é usado nos esportivos da Morgan.
Já o MDF, uma fibra de madeira leve e de baixo custo, parece algo impensável em um carro. Esse material foi usado pela BMW com um motivo nobre: foi parte do pacote de redução de peso no M3 CSL da geração E46.
O MDF era usado no assoalho do porta-malas. Junto do teto feito em fibra de carbono, do uso de fibra de vidro em várias partes e vidros mais finos, o carro era 110 kg mais leve que o M3 comum. Para completar, o motor 3.2 aspirado de seis cilindros em linha era 27 cv mais potente e rendia 360 cv.
O acabamento em vidro é inspirado em uma técnica antiga japonesa (Foto: Lexus | Divulgação)
Ter vidro nos carros não é novidade, até modelos dos século XIX tinham. Mas você já viu esse material sendo usado como acabamento? A Lexus fez isso quando lançou a atual geração do seu topo de linha LS, no final de 2017.
E não se trata de um vidro qualquer, é um acabamento no estilo satsuma kiriko. Esse é o nome de uma técnica tradicional japonesa de corte em vidro, que existe há mais de 200 anos. Ela é muito vista em copos.
A Lexus usou o auxílio de artesãos para criar a padronagem que é adotada no acabamento das portas do LS. Mas a produção é feita por máquinas, que replicam o desenho com precisão. A ideia de Koichi Suga, chefe de design do LS, foi de oferecer algo original no mercado de luxo.
Antes de fazer carros, a Mazda fazia rolhas (Foto: Mazda | Divulgação)
A Mazda Motor Corporation que conhecemos hoje foi fundada em 1920 como Toyo Cork Kogyo Co. Ela era um fabricante de rolhas, que foi salva da falência por um banco no final da década e mudou o foco para veículos.
O seu primeiro carro elétrico foi o MX-30, lançado em 2020 durante o centenário da marca. Para homenagear a origem da empresa, parte do console central é feito em cortiça.
Os italianos começaram a usar o material do colete a prova de balas em carros de rali (Foto: Lancia | Divulgação)
O Kevlar é uma fibra sintética extremamente resistente, que ficou popularmente conhecida por ser o material dos coletes a prova de bala. Mas ele também possui um uso extenso na indústria aeronáutica e na produção de equipamentos esportivos.
Esse material foi usado em carros pela primeira vez no Lancia 037, o último carro 4×2 a vencer o desafiador Grupo B de rali. A marca italiana seguiu com o material em seu sucessor, o Delta S4.
O material dos coletes a prova de bala foi parar nos carros de rua com a Ferrari F40. Ela combinava o Kevlar com fibra de carbono para fazer a carroceria do supercarro pesar o mínimo possível. A Pirelli também usou essa fibra para a carcaça dos pneus feitos para o modelo. Só não tente atirar contra o carro se ver um.
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Quando os engenheiros estão inspirados, alguns materiais bastante incomuns aparecem nos carros. Muitas vezes são para atingir algum parâmetro técnico, mas também podem estar lá apenas para serem diferentes.
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1. Fibra de coco

A marca começou a usar no Brasil, mas estendeu para a Europa (Foto: Mercedes-Benz | Divulgação)
A Mercedes-Benz é uma marca premium e com tradição em fazer carros duráveis, o que implica em adotar materiais nobres. Mas nos anos 90 ela começou a utilizar a fibra de coco no banco de seus caminhões produzidos no Brasil para deixá-los mais sustentáveis.
O uso desse material foi estendido para o Classe A nacional e ela chegou a abrir uma indústria focada na fibra de coco no Pará. Essa tendência chegou aos modelos europeus, por causar menor impacto ambiental que os derivados do petróleo e por permitir fazer almofadas menores.
2. MDF

O fundo do porta-malas era feito em MDF, enquanto o teto era em fibra de carbono (Foto: BMW | Divulgação)
Os carros já usaram muita madeira no passado, incluindo na carroceria. Mas hoje esse material virou acabamento para o painel em carros de luxo e também é usado nos esportivos da Morgan.
Já o MDF, uma fibra de madeira leve e de baixo custo, parece algo impensável em um carro. Esse material foi usado pela BMW com um motivo nobre: foi parte do pacote de redução de peso no M3 CSL da geração E46.
O MDF era usado no assoalho do porta-malas. Junto do teto feito em fibra de carbono, do uso de fibra de vidro em várias partes e vidros mais finos, o carro era 110 kg mais leve que o M3 comum. Para completar, o motor 3.2 aspirado de seis cilindros em linha era 27 cv mais potente e rendia 360 cv.
3. Vidro

O acabamento em vidro é inspirado em uma técnica antiga japonesa (Foto: Lexus | Divulgação)
Ter vidro nos carros não é novidade, até modelos dos século XIX tinham. Mas você já viu esse material sendo usado como acabamento? A Lexus fez isso quando lançou a atual geração do seu topo de linha LS, no final de 2017.
E não se trata de um vidro qualquer, é um acabamento no estilo satsuma kiriko. Esse é o nome de uma técnica tradicional japonesa de corte em vidro, que existe há mais de 200 anos. Ela é muito vista em copos.
A Lexus usou o auxílio de artesãos para criar a padronagem que é adotada no acabamento das portas do LS. Mas a produção é feita por máquinas, que replicam o desenho com precisão. A ideia de Koichi Suga, chefe de design do LS, foi de oferecer algo original no mercado de luxo.
4. Cortiça

Antes de fazer carros, a Mazda fazia rolhas (Foto: Mazda | Divulgação)
A Mazda Motor Corporation que conhecemos hoje foi fundada em 1920 como Toyo Cork Kogyo Co. Ela era um fabricante de rolhas, que foi salva da falência por um banco no final da década e mudou o foco para veículos.
O seu primeiro carro elétrico foi o MX-30, lançado em 2020 durante o centenário da marca. Para homenagear a origem da empresa, parte do console central é feito em cortiça.
5. Kevlar

Os italianos começaram a usar o material do colete a prova de balas em carros de rali (Foto: Lancia | Divulgação)
O Kevlar é uma fibra sintética extremamente resistente, que ficou popularmente conhecida por ser o material dos coletes a prova de bala. Mas ele também possui um uso extenso na indústria aeronáutica e na produção de equipamentos esportivos.
Esse material foi usado em carros pela primeira vez no Lancia 037, o último carro 4×2 a vencer o desafiador Grupo B de rali. A marca italiana seguiu com o material em seu sucessor, o Delta S4.
O material dos coletes a prova de bala foi parar nos carros de rua com a Ferrari F40. Ela combinava o Kevlar com fibra de carbono para fazer a carroceria do supercarro pesar o mínimo possível. A Pirelli também usou essa fibra para a carcaça dos pneus feitos para o modelo. Só não tente atirar contra o carro se ver um.
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