A Toyota está aflita para lançar mais um SUV no Brasil e a resposta – na medida certa- é o Yaris Cross. Fácil imaginar que um SUV compacto, para brigar com os líderes VW T-Cross ou Hyundai Creta é sucesso garantido.
O Corolla Cross, por exemplo, é um fenômeno de vendas, cujo projeto deixou a desejar, com porta-malas e conforto (suspensão traseira) inferiores ao do irmão sedã, abafador dependurado atrás do parachoque, freio de estacionamento de pedal e outras mazelas. Mas, nenhuma surpresa estar entre os campeões de vendas, com clientes longes da racionalidade e que pagam mais por menos.
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Os diretores da marca sabiam ser desnecessário caprichar no projeto por estarem seguros de três pilares que garantiriam o sucesso do SUV: Toyota no nome, Corolla no sobrenome, Cross na carroceria.
SUV Corolla Cross é inferior tecnicamente...
... ao sedã Corolla
Então, porque tanta demora para o lançamento do Yaris Cross no Brasil, que seria no ano passado. Mas a Toyota foi postergando a data várias vezes, a primeira por um motivo inconfessável: foi flagrada no Japão fraudando testes de certificação do modelo realizados por sua subsidiária Daihatsu. Carros (pré-serie) que seriam atirados contra a parede de concreto receberam um “tratamento especial” (reforço estrutural) para burlar o crash-test e facilitar sua aprovação pelo governo.
Diante do escândalo, foi necessário refazer o projeto dos envolvidos: Yaris Cross, Corolla Fielder e Corolla sedã (Axio). Aliás, por falar em fraude, uma outra com sua parceira Hino, fábrica de caminhões também descoberta em 2023: por 20 anos ela adulterava resultados de emissões nos motores diesel e cerca de 60 mil unidades foram chamadas para recall.
Além do tempo necessário para se refazer o projeto do Yaris Cross, a Toyota alega também atraso provocado pelas obras em sua fábrica de Sorocaba (SP), onde ele será produzido. A segunda data de lançamento para o Brasil (julho de 2025) também não vingou e foi alterada para o segundo semestre deste ano.
Toyota Yaris Ativ: mais de 75 mil unidades foram vendidas com testes fraudado (Foto: Toyota | Divulgação)
Mas a força da marca é imbatível e a fila de pretendentes para adquiri-lo em vários países se repete no Brasil, onde ele sequer foi lançado. Diretores da Toyota no Brasil não sabem se choram pelo atraso do projeto ou se riem pelo sucesso de um modelo que sequer deu as caras no mercado.
A fraude nos testes do Yaris é mais um deslize que a Toyota enfrenta no mundo e já deve ter provocado problemas na coluna de seu presidente, tantas vezes se curvou diante do auditório (tradição japonesa) nos últimos anos para as desculpas oficiais pelas maracutaias.
No Brasil, a empresa ainda tem uma preocupação adicional com a mecânica do novo Yaris. Como será híbrido (o único SUV compacto com esta motorização no mercado), seus engenheiros devem estar preocupados para que não se repita o mesmo problema que a marca enfrenta com o Corolla. Como assim?
Motoristas que o abastecem com etanol sofrem com os bicos (válvulas) injetores. Um deles, entrevistado, afirmou que a própria concessionária (em Belo Horizonte) recomenda o uso exclusivo de gasolina, para evitar falhas nos motores. As principais são dificuldade de pegar e marcha-lenta irregular principalmente nas manhãs, no caso do sistema de injeção direta.
Ora, no momento em que se incentiva – até por questões ambientais – o uso do etanol, sem problemas registrados em outras marcas, é um contrassenso e vai na contra-mão da história recomendar o combustível fóssil a esta altura do campeonato.
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O Corolla Cross, por exemplo, é um fenômeno de vendas, cujo projeto deixou a desejar, com porta-malas e conforto (suspensão traseira) inferiores ao do irmão sedã, abafador dependurado atrás do parachoque, freio de estacionamento de pedal e outras mazelas. Mas, nenhuma surpresa estar entre os campeões de vendas, com clientes longes da racionalidade e que pagam mais por menos.
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Os diretores da marca sabiam ser desnecessário caprichar no projeto por estarem seguros de três pilares que garantiriam o sucesso do SUV: Toyota no nome, Corolla no sobrenome, Cross na carroceria.

SUV Corolla Cross é inferior tecnicamente...

... ao sedã Corolla
Uma fraude atrás da outra
Então, porque tanta demora para o lançamento do Yaris Cross no Brasil, que seria no ano passado. Mas a Toyota foi postergando a data várias vezes, a primeira por um motivo inconfessável: foi flagrada no Japão fraudando testes de certificação do modelo realizados por sua subsidiária Daihatsu. Carros (pré-serie) que seriam atirados contra a parede de concreto receberam um “tratamento especial” (reforço estrutural) para burlar o crash-test e facilitar sua aprovação pelo governo.
Diante do escândalo, foi necessário refazer o projeto dos envolvidos: Yaris Cross, Corolla Fielder e Corolla sedã (Axio). Aliás, por falar em fraude, uma outra com sua parceira Hino, fábrica de caminhões também descoberta em 2023: por 20 anos ela adulterava resultados de emissões nos motores diesel e cerca de 60 mil unidades foram chamadas para recall.
Além do tempo necessário para se refazer o projeto do Yaris Cross, a Toyota alega também atraso provocado pelas obras em sua fábrica de Sorocaba (SP), onde ele será produzido. A segunda data de lançamento para o Brasil (julho de 2025) também não vingou e foi alterada para o segundo semestre deste ano.

Toyota Yaris Ativ: mais de 75 mil unidades foram vendidas com testes fraudado (Foto: Toyota | Divulgação)
Mas a força da marca é imbatível e a fila de pretendentes para adquiri-lo em vários países se repete no Brasil, onde ele sequer foi lançado. Diretores da Toyota no Brasil não sabem se choram pelo atraso do projeto ou se riem pelo sucesso de um modelo que sequer deu as caras no mercado.
A fraude nos testes do Yaris é mais um deslize que a Toyota enfrenta no mundo e já deve ter provocado problemas na coluna de seu presidente, tantas vezes se curvou diante do auditório (tradição japonesa) nos últimos anos para as desculpas oficiais pelas maracutaias.
Corolla, só com gasolina
No Brasil, a empresa ainda tem uma preocupação adicional com a mecânica do novo Yaris. Como será híbrido (o único SUV compacto com esta motorização no mercado), seus engenheiros devem estar preocupados para que não se repita o mesmo problema que a marca enfrenta com o Corolla. Como assim?
Motoristas que o abastecem com etanol sofrem com os bicos (válvulas) injetores. Um deles, entrevistado, afirmou que a própria concessionária (em Belo Horizonte) recomenda o uso exclusivo de gasolina, para evitar falhas nos motores. As principais são dificuldade de pegar e marcha-lenta irregular principalmente nas manhãs, no caso do sistema de injeção direta.
Ora, no momento em que se incentiva – até por questões ambientais – o uso do etanol, sem problemas registrados em outras marcas, é um contrassenso e vai na contra-mão da história recomendar o combustível fóssil a esta altura do campeonato.
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