Ao longo dos anos, a Volkswagen se “perdeu” no caminho e falhou no propósito para o qual foi criada. “Mas como assim se perdeu, se hoje ela é uma das maiores fabricantes de automóvel do mundo?” De fato, ninguém contesta a tradição da fabricante alemã no setor automotivo. Contudo, a marca foi criada com o propósito de ser o carro do povo, por isso leva o nome Volks (Povo) Wagen (Carro).
O caso é que, hoje, a Volkswagen produz cada vez menos carros para o povo. No Brasil, o modelo mais barato oferecido pela marca alemã é o Gol, cuja versão de entrada custa a partir dos R$ 68,7 mil, valor inacessível para grande parte da população. Vale lembrar que outros .
VEJA TAMBÉM:
Gol, único “popular” da Volkswagen atualmente, tem preços a partir de R$ 68,7 mil
A escolha do nome não foi nada mais do que uma estratégia política adotada por Adolf Hitler. Tudo começou quando o ex-líder nazista foi ao Salão Internacional do Automóvel de Berlim de 1933 e se impressionou com o Standard Superior, modelo projetado por Josef Ganz, que defendia a ideia de criar um veículo compacto, com motor traseiro, e com preço que fosse acessível a todos: um verdadeiro “Volkswagen”.
Hitler ficou impressionado com o trabalho de Josef e viu ali uma forma eficiente de propagar o regime nazismo. Por isso, no mesmo dia fez um discurso apoiando a inovação e a produção de um carro popular acessível aos alemães. O objetivo era produzir um automóvel barato, com preço abaixo dos mil Marcos Imperiais, capaz de transportar cinco passageiros, e que poderia ser comprado através de um sistema de poupança voltado para a sua aquisição.
A partir de então, o governo nazista fez uma concorrência entre projetistas da época para que fossem apresentados projetos de carros populares. Ferdinand Porsche e Josef Ganz estavam no páreo. Contudo, Ferdinand foi o escolhido: afinal, Ganz era judeu, estava sendo perseguido e teve que se mudar para outro país.
Hitler se reuniu com Porsche para apresentar as suas ideias para o projeto do novo veículo. Em 1936, os primeiros protótipos desenvolvidos por Ferdinand, denominados V1 e V2, estavam prontos.
Em 1938, em Fallersleben (cidade que, posteriormente foi batizada de Wolfsburg), Hitler inaugurou a maior fábrica da Europa que seria responsável por fabricar o tal carro do povo – batizado de KDF Wagen. Inicialmente, a fabricante era chamada de Gesellschaft zur Vorbereitung des Deutschen Volkswagens GmbH (Companhia para a Preparação dos Carros do Povo Alemão). No mesmo ano, esse nome foi simplificado para Volkswagenwerk (Companhia do Carro do Povo).
Propaganda do KDF Wagen
Inicialmente, a fábrica contava com uma linha de produção para 20 mil veículos, que custariam 990 marcos. O sucesso foi tanto que aproximadamente 336 mil pessoas pagaram pelo modelo, mas ninguém o recebeu. A fim de evitar tamanho problema, Bodo Lafferentz se encarregou de administrar a empresa e desenvolveu um novo método para comercializar o Volkswagen, eliminando os intermediários. Desse modo, era possível vender o veículo diretamente ao consumidor, e o povo seria capaz de pagar pelo modelo.
A estratégia era a seguinte: os interessados no veículo tinham um cartela que podia ser preenchida com selos vendidos por 5 marcos, semanalmente, nas agências dos correios. Após completar a cartela, o indivíduo finalmente poderia receber o veículo. Com isso, a produção do “carro do povo” foi financiada pela própria população.
Estima-se mais de 150 mil pessoas aderiram ao financiamento pela cartela. Alguns foram desistindo no meio do caminho devido à fila de espera, que ultrapassava quatro anos. Para contornar a situação, foi oferecida a possibilidade de fazer pagamentos adicionais, o que possibilitou a retirada do veículo em no máximo dois anos. De quebra, o dinheiro extra que entrava era convertido em recursos para a construção da fábrica.
Contudo, as coisas começaram a desandar em 1939, quando Hitler iniciou a Segunda Guerra Mundial após invadir a Polônia. Isso adiou em quase uma década o sonho do carro próprio dos alemães.
Desse modo, a fábrica, que estava sendo finalizada, teve suas atividades voltadas para a grande guerra. Inicialmente foi responsável pela produção de algumas unidades do Fusca, que seria apenas para o uso das autoridades nazistas. Posteriormente, se encarregou da montagem de veículos de guerra, como o jipe Kübelwagen e o anfíbio Schwinwagen.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, as diretrizes da Volkswagen tomaram um rumo diferente. A Alemanha estava sendo dividida pelos países aliados, que venceram a guerra, e a Inglaterra ficou responsável pela região de Fallersleben. O Major Ivan Hirst foi o nome escolhido para administrar a então abandonada fábrica da VW, que foi quase destruída por completo após ser alvo de bombardeios.
Na época, a demanda por veículos era grande, principalmente por causa da Cruz vermelha, que precisava de um meio de transporte para resgate dos feridos. Assim, Hirst viu uma boa oportunidade para restaurar a fábrica, mas ordenou que tudo o que remetesse ao nazismo fosse apagado. Por isso, a região passou a se chamar Wolfsburg.
Foi só em 1947 que o Fusca foi apresentado para o povo, que agora teria a chance de compra-lo. Na época, tanto a Alemanha quanto a sua população já estavam se reestabelecendo economicamente, mas o Fusca não chegava a ser um carro popular ao qual todos poderiam ter acesso. Assim, foi decidido que o melhor a se fazer era exportar o modelo para ser vendido em outros países.
A partir daí, a Volkswagen começou a produzir carros de maior porte e cada vez mais caros. Não é nenhum absurdo a fabricante optar por vender modelos mais caros, em vez dos mais baratos. Contudo, parece mais apropriado que ela troque seu nome para Reichwagen (carro de rico).
Falando no Gol, sabia que o modelo está prestes a cair do telhado?
O post apareceu primeiro em .
O caso é que, hoje, a Volkswagen produz cada vez menos carros para o povo. No Brasil, o modelo mais barato oferecido pela marca alemã é o Gol, cuja versão de entrada custa a partir dos R$ 68,7 mil, valor inacessível para grande parte da população. Vale lembrar que outros .
VEJA TAMBÉM:

Gol, único “popular” da Volkswagen atualmente, tem preços a partir de R$ 68,7 mil
O início da Volkswagen
A escolha do nome não foi nada mais do que uma estratégia política adotada por Adolf Hitler. Tudo começou quando o ex-líder nazista foi ao Salão Internacional do Automóvel de Berlim de 1933 e se impressionou com o Standard Superior, modelo projetado por Josef Ganz, que defendia a ideia de criar um veículo compacto, com motor traseiro, e com preço que fosse acessível a todos: um verdadeiro “Volkswagen”.
Hitler ficou impressionado com o trabalho de Josef e viu ali uma forma eficiente de propagar o regime nazismo. Por isso, no mesmo dia fez um discurso apoiando a inovação e a produção de um carro popular acessível aos alemães. O objetivo era produzir um automóvel barato, com preço abaixo dos mil Marcos Imperiais, capaz de transportar cinco passageiros, e que poderia ser comprado através de um sistema de poupança voltado para a sua aquisição.
A partir de então, o governo nazista fez uma concorrência entre projetistas da época para que fossem apresentados projetos de carros populares. Ferdinand Porsche e Josef Ganz estavam no páreo. Contudo, Ferdinand foi o escolhido: afinal, Ganz era judeu, estava sendo perseguido e teve que se mudar para outro país.
Hitler se reuniu com Porsche para apresentar as suas ideias para o projeto do novo veículo. Em 1936, os primeiros protótipos desenvolvidos por Ferdinand, denominados V1 e V2, estavam prontos.
Em 1938, em Fallersleben (cidade que, posteriormente foi batizada de Wolfsburg), Hitler inaugurou a maior fábrica da Europa que seria responsável por fabricar o tal carro do povo – batizado de KDF Wagen. Inicialmente, a fabricante era chamada de Gesellschaft zur Vorbereitung des Deutschen Volkswagens GmbH (Companhia para a Preparação dos Carros do Povo Alemão). No mesmo ano, esse nome foi simplificado para Volkswagenwerk (Companhia do Carro do Povo).

Propaganda do KDF Wagen
Inicialmente, a fábrica contava com uma linha de produção para 20 mil veículos, que custariam 990 marcos. O sucesso foi tanto que aproximadamente 336 mil pessoas pagaram pelo modelo, mas ninguém o recebeu. A fim de evitar tamanho problema, Bodo Lafferentz se encarregou de administrar a empresa e desenvolveu um novo método para comercializar o Volkswagen, eliminando os intermediários. Desse modo, era possível vender o veículo diretamente ao consumidor, e o povo seria capaz de pagar pelo modelo.
A estratégia era a seguinte: os interessados no veículo tinham um cartela que podia ser preenchida com selos vendidos por 5 marcos, semanalmente, nas agências dos correios. Após completar a cartela, o indivíduo finalmente poderia receber o veículo. Com isso, a produção do “carro do povo” foi financiada pela própria população.
Estima-se mais de 150 mil pessoas aderiram ao financiamento pela cartela. Alguns foram desistindo no meio do caminho devido à fila de espera, que ultrapassava quatro anos. Para contornar a situação, foi oferecida a possibilidade de fazer pagamentos adicionais, o que possibilitou a retirada do veículo em no máximo dois anos. De quebra, o dinheiro extra que entrava era convertido em recursos para a construção da fábrica.
Segunda Guerra interrompe produção da Volkswagen
Contudo, as coisas começaram a desandar em 1939, quando Hitler iniciou a Segunda Guerra Mundial após invadir a Polônia. Isso adiou em quase uma década o sonho do carro próprio dos alemães.
Desse modo, a fábrica, que estava sendo finalizada, teve suas atividades voltadas para a grande guerra. Inicialmente foi responsável pela produção de algumas unidades do Fusca, que seria apenas para o uso das autoridades nazistas. Posteriormente, se encarregou da montagem de veículos de guerra, como o jipe Kübelwagen e o anfíbio Schwinwagen.
Novos rumos da fabricante alemã
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, as diretrizes da Volkswagen tomaram um rumo diferente. A Alemanha estava sendo dividida pelos países aliados, que venceram a guerra, e a Inglaterra ficou responsável pela região de Fallersleben. O Major Ivan Hirst foi o nome escolhido para administrar a então abandonada fábrica da VW, que foi quase destruída por completo após ser alvo de bombardeios.
Na época, a demanda por veículos era grande, principalmente por causa da Cruz vermelha, que precisava de um meio de transporte para resgate dos feridos. Assim, Hirst viu uma boa oportunidade para restaurar a fábrica, mas ordenou que tudo o que remetesse ao nazismo fosse apagado. Por isso, a região passou a se chamar Wolfsburg.
Foi só em 1947 que o Fusca foi apresentado para o povo, que agora teria a chance de compra-lo. Na época, tanto a Alemanha quanto a sua população já estavam se reestabelecendo economicamente, mas o Fusca não chegava a ser um carro popular ao qual todos poderiam ter acesso. Assim, foi decidido que o melhor a se fazer era exportar o modelo para ser vendido em outros países.
A partir daí, a Volkswagen começou a produzir carros de maior porte e cada vez mais caros. Não é nenhum absurdo a fabricante optar por vender modelos mais caros, em vez dos mais baratos. Contudo, parece mais apropriado que ela troque seu nome para Reichwagen (carro de rico).
Falando no Gol, sabia que o modelo está prestes a cair do telhado?
O post apareceu primeiro em .